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Atividades da Petrobras são alvo de críticas
DA ENVIADA A TARAPOTO
A Petrobras informou que
espera a realização de estudos preliminares "para determinar a conveniência ou
não de prosseguir com as atividades exploratórias" no lote 103, que tem área sobreposta à reserva regional da
Serra Escalera, na região de
Tarapoto, situada na selva
peruana.
A empresa informou que
essa é a mesma situação dos
lotes 110, em associação com
a colombiana Ecopetrol e
com a japonesa Impex, e 117,
também com Ecopetrol.
Nos dois últimos casos, a
Petrobras é questionada pelo
fato de as áreas serem contíguas a reservas indígenas ou
sobrepostas a áreas destinadas a preservação de etnias
isoladas. No Peru, segundo
estudo da Universidade de
Duke (EUA), de 2008, 58 das
64 áreas sob concessão de
empresas de gás e petróleo
estão sobrepostas a terras indígenas.
No caso do bloco 110, perto
da fronteira com o Acre, a
área é sobreposta à reserva
territorial Murunahua, destinada aos povos isolados
murunahua e chitonaua.
No 117, a Aidesep (Associação Interétnica para o Desenvolvimento da Selva Peruana), principal organização indígena e à frente dos
protestos deste mês, rejeita a
exploração por sobreposição
à área reservada Güepi.
A empresa informa que
não fará atividades com presença física ou mesmo sobrevoos na região até ser autorizada pelas autoridades peruanas. Diz ainda que monitora sistematicamente o impacto de suas atividades e
tem programa específico para atuar em áreas "com interface com regiões protegidas".
A companhia tem sido atacada por ativistas e lideranças indígenas no Peru e no
Brasil pela aquisição dos lotes. "Fazem no Peru o que
ainda não podem fazer no
Brasil", diz o antropólogo
Marcelo Piedrafitas, assessor de políticas públicas do
governo do Estado do Acre.
A Petrobras também sofre
questionamentos pelo projeto de exploração localizado
dentro do Parque Nacional
Yasuní, na região amazônica
do Equador e considerada
reserva da biosfera pela
Unesco (agência da ONU para educação, ciência e cultura). O governo esquerdista de
Rafael Correa aprovou a licença para a Petrobras atuar
no local em 2007.
A empresa brasileira tem
ao todo direitos de exploração sobre seis lotes no Peru,
um deles já em operação, no
litoral, que responde por 13%
da produção petrolífera total
do país. A Petrobras prepara-se para fazer a primeira perfuração no lote 58, na região
gasífera de Camisea, na região de Cusco (sul).
A Amazônia peruana tem
sido alvo de exploração petrolífera desde a década de
1920, mas o processo teve
novo boom com a descoberta
da megarreserva de gás de
Camisea, na região de Cusco,
sul do país, no final da década
passada.
(FM)
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