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Bush limita interrogatórios militares, mas libera CIA
Decreto do presidente dos EUA veta humilhação com base em crença religiosa
Graças à medida, a CIA poderá voltar a realizar interrogatórios, suspensos devido a determinação da Corte Suprema dos EUA
DA REDAÇÃO
O presidente dos EUA, George W. Bush, assinou ontem um
decreto proibindo tratamento
cruel e desumano -incluindo
humilhação relacionada a crenças religiosas- na detenção e
no interrogatório de suspeitos
de terrorismo.
Mas, paralelamente às novas
regras, a Casa Branca aprovou
que a CIA retome o interrogatórios desses suspeitos usando
técnicas mais duras se estas se
justificarem para obter informações sobre planos terroristas. A resolução autoriza a
agência a usar práticas vetadas
aos militares, mas enfatiza que
estas devem obedecer a uma
resolução do Departamento da
Justiça listando técnicas que,
no parecer do governo, não estão em contradição com as
Convenções de Genebra sobre
prisioneiros de guerra.
As sessões da CIA estavam
suspensas desde que a Suprema Corte decidiu que todos os
prisioneiros nos EUA devem
ser tratados de acordo com as
Convenções de Genebra -que
proíbem humilhação e tratamento degradante de detentos.
"Em setembro passado, o
presidente explicou como a
CIA havia evitado ataques e salvado vidas, isso deve continuar
sobre uma uma base legal",
afirmou o porta-voz da Casa
Branca Tony Snow.
O decreto resulta de uma lei
que Bush assinou em outubro,
autorizando o julgamento de
suspeitos de terrorismo em tribunais militares, eliminando
alguns dos direitos dos réus
normalmente garantidos pela
lei americana e autorizando interrogatórios severos para suspeitos de terrorismo.
A Suprema Corte havia determinado em junho de 2006
que o julgamento de detentos
em tribunais militares violava
as legislações americana e internacional, o que fez com que
Bush pedisse ao Congresso a
modificação da lei.
A lei dizia que o presidente
pode "interpretar o entendimento e aplicação" dos padrões
internacionais para o tratamento a prisioneiros -o que
permitia que Bush autorizasse
métodos violentos de interrogatório que poderiam ser considerados ilegais por cortes internacionais.
Passado de abusos
Os EUA têm sido criticados
pelas técnicas de interrogatório
que adotam e por manter prisões secretas em países que
permitem a tortura.
Bush disse diversas vezes que
seu país "não pratica tortura".
No entanto casos de tortura e
humilhação contra prisioneiros vieram à tona nas prisões de
Abu Ghraib, no Iraque, em
2004, e de Guantánamo, em
Cuba. Washington alega que
foram práticas isoladas.
A Casa Branca não deu detalhes sobre quais procedimentos serão permitidos após o decreto de ontem, mas apresentou alguns parâmetros, dizendo que o confinamento e o interrogatório não podem incluir
tortura, humilhação e difamação de crenças religiosas.
O decreto também afirma
que os detentos devem ter suas
necessidades básicas satisfeitas
-comida, roupas, proteção
contra temperaturas extremas
e cuidados médicos.
Como o texto não especifica
os métodos permitidos, o diretor da CIA, Michael Hayden,
pediu ao Departamento de Justiça uma opinião legal sobre as
técnicas que podem ser usadas.
Com agências internacionais e o "New York Times"
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