São Paulo, quarta-feira, 21 de agosto de 2002

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ORIENTE MÉDIO

Frente Popular para a Libertação da Palestina promete vingança; violência ameaça novo acordo

Israel mata irmão de líder de grupo palestino

DA REDAÇÃO

Tropas de elite israelenses mataram ontem, em Ramallah, Mohammed Sa'adat, 23, irmão do secretário-geral da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), Ahmed Sa'adat.
Segundo o Exército, os soldados tinham ordens para prendê-lo, mas ele abriu fogo, feriu dois militares e morreu na troca de tiros.
Ele era suspeito de participar de ações terroristas da FPLP. Seu irmão Ahmed, principal líder do grupo, está detido numa prisão palestina em Jericó. É acusado de ter organizado uma operação em Jerusalém que matou o então ministro do Turismo israelense, Rehavam Zeevi, em outubro de 2001.
A ação de ontem pode estimular a violência e prejudicar os esforços de autoridades israelenses e palestinas, que começaram a implementar anteontem acordo para a retirada de tropas de Israel de territórios ocupados. Belém foi a primeira cidade a ser desocupada, embora continue cercada.
Integrantes da FPLP prometeram vingança. "Nossa resposta será dolorida. Os israelenses sabem disso. Eles já experimentaram a nossa resposta após a morte do secretário-geral Abu Ali Mustafa", declarou Rabah Muhana, um dos dirigentes do grupo.
Antes do incidente em Ramallah, um soldado israelense que fazia patrulha perto do assentamento de Neve Dekalim, na faixa de Gaza, foi morto ao ser atingido por um atirador do Hamas.
"Eu digo aos líderes palestinos: se vocês não lidarem com isso, nós lidaremos", disse o ministro da Defesa de Israel, Binyamin Ben Eliezer, exigindo a prisão do atirador. De acordo com os planos acertados no domingo, Israel transferirá à Autoridade Nacional Palestina a responsabilidade pela segurança na faixa de Gaza e em Belém. Se a situação for mantida sob controle nessas áreas, o país estenderia a retirada a outras cidades da Cisjordânia.
Na mesma área em que morreu o soldado, o Exército matou um palestino de 15 anos. Já em Tulkarem, na Cisjordânia, uma ofensiva em busca de suspeitos resultou na morte de outro palestino -ele estaria carregando explosivos e teria trocado tiros com os soldados, na versão israelense.
A continuação da violência mesmo após o início da implementação do acordo coloca em dúvida a sua eficácia. Ele deveria servir como um primeiro passo rumo a um cessar-fogo na Intifada, o levante palestino iniciado em setembro de 2000, após o colapso no processo de paz.


Com agências internacionais

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