São Paulo, domingo, 21 de agosto de 2005

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REINO UNIDO

Revisão só muda detalhes

Londres mantém política de "atirar para matar"

DA REDAÇÃO

A Polícia Metropolitana de Londres disse ontem que, após a morte do brasileiro Jean Charles de Menezes, fez uma revisão de sua política de uso de força letal contra suspeitos de terrorismo, mas adotou apenas pequenas mudanças de procedimento. A política de "atirar para matar" continua em vigor.
"Houve uma revisão. A polícia reviu a estratégia e adotamos uma ou duas pequenas mudanças, mas a operação permanece essencialmente a mesma", disse uma porta-voz da polícia.
Ela se recusou a discutir detalhes das mudanças na Operação Kratos, o nome utilizado pela corporação para designar o que a imprensa britânica chama de política de "atirar para matar".
A revisão ocorreu depois da morte, no dia 22 de julho, de Jean Charles, erroneamente identificado como suspeito de ataques terroristas.
A polícia também negou ontem reportagens de jornas britânicos que informavam que ela teria oferecido US$ 1 milhão à família de Jean Charles a título de compensação. A polícia divulgou nota em que diz: "As únicas discussões que tivemos até aqui com a família de Jean Charles de Menezes dizem respeito aos gastos iniciais e refutamos enfaticamente sugestões de que tenha sido oferecido um número próximo a US$ 1 milhão a título de compensação".
Reportagem publicada na edição de ontem de "The Daily Mail" afirma que um funcionário do governo fez uma oferta inicial de compensação durante visita ao Brasil, duas semanas atrás.
"Não nos venderemos. Não seremos silenciados", disseram os pais de Jean Charles, Matozinho e Maria de Menezes, de acordo com o jornal britânico.
Na sexta-feira, um primo do brasileiro havia pedido a renúncia de sir Ian Blair, o chefe de polícia de Londres. "Eles mataram Jean e contam mentiras", disse Alessandro Pereira em entrevista coletiva que foi transmitida para todo o Reino Unido.


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