São Paulo, domingo, 21 de agosto de 2005

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Chile, Colômbia e Venezuela optam por continuidade

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

DA REDAÇÃO

Há uma razão comum para Chile e Venezuela estarem no bloco dos países com quadros previsíveis: o desejo de continuidade. A Colômbia ainda é um candidato a integrar esse grupo, e, se vier a fazê-lo, a mesma explicação será aplicável.
No Chile, o eleitorado tem optado pela continuidade. Todos os três presidentes eleitos a partir do final da ditadura Pinochet (1973-1990) foram da Concertación, a coalizão na qual se destacam os partidos Democrata Cristão e Socialista. Depois de dois governos do primeiro e de um do segundo, a líder disparada nas pesquisas para as eleições de dezembro próximo é outra socialista.
Na Venezuela, democrática desde 1959, mas com presidentes eleitos só por dois partidos até 1994, a ascensão de Hugo Chávez se deu num contexto de busca do eleitorado por renovação política. Tanto que os três principais candidatos na disputa de 1998 não pertenciam aos dois partidos tradicionais.
Para dezembro de 2006, porém, predomina até agora a opção por manter Chávez. Caso isso se concretize, serão 14 anos na Presidência. Seria ainda a terceira vitória seguida dele para o cargo. Legalmente, concorrerá à reeleição, mas, na prática, já se reelegeu em 2000, quando, sob nova Constituição, mandatos obtidos em 1998 reentraram em disputa.
Já o panorama para o pleito colombiano, em maio de 2006, ainda depende da decisão judicial sobre a reeleição de Álvaro Uribe. Enquanto isso, o eleitorado tem deixado claro nas pesquisas que gostaria de renovar o mandato dado a ele em 2002.
Apesar de considerar que normalmente as eleições têm caráter plebiscitário em relação aos governos correntes, a cientista política Frances Hagopian avalia que, nos casos do Chile e da Colômbia, esse teor é mais claro.
"Pode-se ver o Chile como uma democracia que não está ameaçada, que parece atender às necessidades, e na Colômbia, o governo Uribe como tendo superado uma situação de insegurança pessoal e recebido um crédito."
A percepção sobre a política de segurança, porém, ainda pode mudar. Para o colombiano Alfredo Rangel, da ONG Fundação Segurança e Democracia, ela é afetada pelo "excesso de propaganda triunfalista" do governo.
Rangel diz que cresceram as ações das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) em relação aos três primeiros anos da gestão anterior. Para ele, as Farc ainda podem "abalar a imagem de êxito" e diminuir o apoio de Uribe. (JCB E CVN)

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