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Chile, Colômbia e
Venezuela optam
por continuidade
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
DA REDAÇÃO
Há uma razão comum para Chile e Venezuela estarem
no bloco dos países com
quadros previsíveis: o desejo
de continuidade. A Colômbia ainda é um candidato a
integrar esse grupo, e, se vier
a fazê-lo, a mesma explicação será aplicável.
No Chile, o eleitorado tem
optado pela continuidade.
Todos os três presidentes
eleitos a partir do final da ditadura Pinochet (1973-1990)
foram da Concertación, a
coalizão na qual se destacam
os partidos Democrata Cristão e Socialista. Depois de
dois governos do primeiro e
de um do segundo, a líder
disparada nas pesquisas para as eleições de dezembro
próximo é outra socialista.
Na Venezuela, democrática desde 1959, mas com presidentes eleitos só por dois
partidos até 1994, a ascensão
de Hugo Chávez se deu num
contexto de busca do eleitorado por renovação política.
Tanto que os três principais
candidatos na disputa de
1998 não pertenciam aos
dois partidos tradicionais.
Para dezembro de 2006,
porém, predomina até agora
a opção por manter Chávez.
Caso isso se concretize, serão 14 anos na Presidência.
Seria ainda a terceira vitória
seguida dele para o cargo.
Legalmente, concorrerá à
reeleição, mas, na prática, já
se reelegeu em 2000, quando, sob nova Constituição,
mandatos obtidos em 1998
reentraram em disputa.
Já o panorama para o pleito colombiano, em maio de
2006, ainda depende da decisão judicial sobre a reeleição
de Álvaro Uribe. Enquanto
isso, o eleitorado tem deixado claro nas pesquisas que
gostaria de renovar o mandato dado a ele em 2002.
Apesar de considerar que
normalmente as eleições
têm caráter plebiscitário em
relação aos governos correntes, a cientista política Frances Hagopian avalia que, nos
casos do Chile e da Colômbia, esse teor é mais claro.
"Pode-se ver o Chile como
uma democracia que não está ameaçada, que parece
atender às necessidades, e na
Colômbia, o governo Uribe
como tendo superado uma
situação de insegurança pessoal e recebido um crédito."
A percepção sobre a política de segurança, porém, ainda pode mudar. Para o colombiano Alfredo Rangel, da
ONG Fundação Segurança e
Democracia, ela é afetada
pelo "excesso de propaganda triunfalista" do governo.
Rangel diz que cresceram
as ações das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da
Colômbia) em relação aos
três primeiros anos da gestão anterior. Para ele, as Farc
ainda podem "abalar a imagem de êxito" e diminuir o
apoio de Uribe.
(JCB E CVN)
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