São Paulo, domingo, 21 de agosto de 2005

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Curdos cedem para obter pacto sobre Carta

DA REDAÇÃO

Lideranças curdas disseram que poderiam desistir de sua exigência de que a Constituição iraquiana reconheça o direito à secessão, de modo a facilitar a aprovação da Carta. As principais obstáculos à aprovação da nova Constituição são o papel do islã e o pacto federativo, no qual se encerra a distribuição das riquezas proporcionadas pelo petróleo.
O Parlamento iraquiano tem até amanhã para chegar a um consenso e aprovar o documento. Se não o fizer, o Legislativo deve dissolver-se. Os EUA estão colocando forte pressão sobre os negociadores. Washington espera que a nova Constituição possa diminuir o ímpeto da insurgência.
Mullah Bakhtiyar, um dos caciques da União Patriótica do Curdistão, o partido político do presidente Jalal Talabani, disse que todas as partes estavam mostrando flexibilidade, a fim de chegar a um acordo. "Quanto à autodeterminação dos curdos, essa questão não recebeu o apoio dos sunitas nem dos xiitas e nós quase desistimos dessa demanda", afirmou Bakhtiyar.
Os curdos gozam de independência "de facto" desde 91. Se eles realmente desistirem de tentar garantir o direito de secessão na Carta, um dos principais obstáculos à aprovação estará resolvido.
O outro ponto polêmico -e que continuava sem acordo- é o papel do islã, que coloca curdos e grupos seculares contra os partidos islâmicos que representam a maioria xiita do país.
Em Bagdá, dois policiais foram mortos ontem num tiroteio. Pistoleiros não identificados também mataram dois civis. Em Mossul (norte) tropas americanas mataram três insurgentes.


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