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Presidente francês defende criação de imposto global
Em encontro da ONU sobre os objetivos do milênio, Sarkozy prega taxação sobre a atividade financeira
Os líderes dos 192 países que compõem a ONU se reuniram para fazer um balanço do principal programa da entidade
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Em cúpula da ONU sobre
as Metas do Desenvolvimento do Milênio, em Nova York,
o presidente da França, Nicolas Sarkozy, defendeu ontem
a criação de um imposto global que incida sobre as movimentações financeiras.
O dinheiro resultante seria
destinado para a concretização da segunda parte do programa das Nações Unidas
voltado para a promoção dos
oito grandes objetivos do milênio estabelecidos em 2000.
Sarkozy, ao propor a elaboração do chamado imposto solidário ou social, deu
uma guinada à esquerda.
Nos últimos dias, seu governo foi alvo de críticas ferrenhas, comparado até mesmo ao nazismo, por ter expulsado os ciganos, a maioria advinda de Bulgária e Romênia, do território francês.
A ideia de elaborar um dispositivo financeiro em escala
global que atue em favor do
equilíbrio social não é nova.
O economista americano
James Tobin, ganhador do
Prêmio Nobel de Economia
em 1981, propôs, no começo
dos anos 70, a criação de um
imposto com alíquota calculada em 0,1% que fosse aplicado sobre todas as transações financeiras realizadas
diariamente no mundo.
Com a oposição dos EUA e
das principais economias, a
ideia não avançou.
Se fosse levado em consideração o tamanho do atual
sistema financeiro, utilizando a alíquota proposta por
Tobin, a arrecadação chegaria a US$ 170 bilhões por ano.
No início do primeiro mandato, o presidente Lula, em
entrevistas a jornais estrangeiros, defendeu a utilização
de um imposto global para
arrecadar recursos para combater a pobreza. O petista,
além do mercado financeiro,
objetivava taxar o lucrativo
comércio de armas pesadas.
FALTA DE EMPENHO
O secretário-geral da ONU,
Ban Ki-moon, lamentou em
outras oportunidades que os
países não se empenhem
tanto como em tempos de crise para levantar dinheiro em
favor de causas sociais.
Na última instabilidade
econômica, nascida no mercado imobiliário americano
em 2008, foram gastos trilhões de dólares em socorro
às instituições financeiras.
Um dos pacotes lançados
pelos EUA, o de US$ 700 bilhões, passou sem maiores
divergências pelo Congresso.
Um representante do governo americano afirmou
que o presidente Obama não
deve contribuir com doações
para completar os US$ 150 bilhões que ainda são precisos.
"O relógio está avançando, e ainda temos muito o
que fazer", alertou Ban Ki-moon na reunião.
O secretário-geral se refere
aos países mais pobres do
mundo, especialmente os da
África subsaariana, que
apresentam pouco progresso
na erradicação da pobreza
nos dez anos do programa.
As conversas entre os 192
líderes dos países que compõem as Nações Unidas se
estendem até a próxima
quinta-feira.
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