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Redes de TV incitam população à greve
DO ENVIADO ESPECIAL
Enquanto o presidente Hugo
Chávez dizia ontem ter sido vítima de uma tentativa de assassinato, a emissora privada de TV Globovision, uma das principais da
Venezuela, exibia o campeonato
espanhol de futebol. A transmissão não foi interrompida, mas o
fato foi informado aos telespectadores durante o intervalo do jogo,
com outras notícias sobre a mobilização para a greve geral das oposições, prevista para hoje. A TV
exibiria ontem à noite um documentário sobre a histórica greve
comandada por Lech Walesa na
Polônia, em 1980. "Uma greve que
mudou a história de um país", dizia a chamada do programa.
Já a Venevision, principal rede
de TV privada do país, exibia uma
partida de beisebol, popular esporte no país. A transmissão também não foi interrompida.
Para Chávez, que usa a emissora
oficial para transmitir seus discursos e seu programa semanal
"Alô Presidente", a imprensa tem
se comportado nos últimos dias
"como no golpe de 11 de abril,
quando exageraram as coisas, desinformaram a população".
Para os donos dos meios de comunicação na Venezuela, Chávez
continua usando seus "Círculos
Bolivarianos" para ameaçar jornalistas e a liberdade de imprensa.
Se a imprensa não informa, dizem
eles, a culpa é dos violentos simpatizantes do presidente.
No sábado, uma bomba explodiu na parte externa de uma estação de rádio em Caracas. Ninguém se machucou. Foi o quinto
atentado contra jornais e emissoras apenas neste ano.
Há fundamentos claros em algumas das acusações feitas pelos
dois lados do conflito. Chávez desaprova críticas. Apesar de a economia do país estar numa de suas
piores recessões (o PIB caiu 7% só
no primeiro semestre), o presidente chama de "mentirosos" os
que dizem que há uma crise econômica no país. Já as redes de TV
atuam ostensivamente em favor
das oposições.
(MA)
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