São Paulo, segunda-feira, 21 de outubro de 2002

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ARMAS NUCLEARES

Powell afirma que Washington agora considera medidas econômicas para pressionar norte-coreanos

EUA dizem que acordo com Coréia do Norte é letra morta

DA REDAÇÃO

A administração Bush considera letra morta seu acordo de armas nucleares com a Coréia do Norte e está examinando medidas econômicas e diplomáticas para pressionar o governo comunista norte-coreano a abandonar suas ambições nucleares, afirmou ontem o secretário de Estado dos EUA, o general Colin Powell.
O chefe da diplomacia norte-americana descreveu o acordo de 1994 com a Coréia do Norte como um documento político mais do que como um acordo de armas. Pelo texto, a Coréia do Norte se comprometia a desmantelar seu programa de armas nucleares em troca da construção de dois reatores nucleares para a produção de energia elétrica, financiados principalmente pela Coréia do Sul e pelo Japão.
Os EUA afirmaram, na semana passada, que a Coréia do Norte admitiu manter um programa nuclear, o que viola o acordo. Em conversas com o enviado dos EUA a Pyongyang neste mês, autoridades norte-coreanas disseram que consideravam o acordo inválido, pois os novos reatores não estarão em funcionamento antes do fim de 2003, como havia sido prometido.
"Acho que agora seja importante que toda a comunidade internacional, especialmente os vizinhos da Coréia do Norte, coloque pressão máxima sobre Pyongyang para mostrar que o que eles estão fazendo é totalmente inconsistente com a melhoria das condições de vida do povo", disse Powell numa entrevista à NBC.
Falando em um outro programa, da Fox, Powell afirmou que o líder da Coréia do Norte, Kim Jong-il, constitui uma "ameaça", mas menor do que o ditador iraquiano, Saddam Hussein, a quem os EUA pressionam com a perspectiva de uma ação militar para que suspenda seus programas de obtenção de armas de destruição em massa. "Não é uma boa comparação", disse Powell.
O chefe da diplomacia norte-americana também afirmou que os EUA não têm no momento planos para uma ação bélica contra a Coréia do Norte, cuja capacidade militar é, nas palavras de Powell, "bem superior à do Iraque, ainda que assentada sobre uma base bastante estragada por causa da economia".
Os EUA mantêm na região um alto funcionário que iniciou ontem uma série de consultas com autoridades japonesas. A viagem do secretário-assistente de Estado James Kelly ao Japão ocorre após o diplomata ter visitado China e Coréia do Sul para tratar do programa de armas norte-coreano.
Uma das medidas que os EUA pensam em tomar contra a Coréia do Norte é a suspensão da ajuda anual de 500 mil toneladas de óleo combustível, que era prevista pelo acordo de 1994. Esse suprimento foi concebido para ajudar a Coréia do Norte a suprir suas necessidades energéticas até que os reatores estivessem funcionando.


Com agências internacionais


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