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Cheney defende grampo e presidente mais forte
DA REDAÇÃO
O vice-presidente os EUA, Dick
Cheney, defendeu ontem o expediente do governo Bush de usar
de espionagem no próprio país a
fim de obter informações para a
segurança interna. Cheney defendeu também a expansão dos poderes do presidente americano.
"Não é um acaso o fato de não
termos sido atacados em quatro
anos", disse Cheney.
As declarações do vice dizem
respeito à repercussão da revelação de que moradores dos EUA tiveram suas comunicações, por e-mail e telefone, monitoradas pela
NSA (Agência de Segurança Nacional, da sigla em inglês) sem autorização judicial.
O próprio presidente George W.
Bush defendeu essa prática em
discurso anteontem, afirmando
ser "vergonhoso" o fato de essa
informação ter sido vazada -ela
foi revelada pelo jornal "New
York Times". Bush disse, porém,
ter a "autoridade legal" para autorizar os grampos.
Falando à imprensa a bordo de
seu avião, voando do Paquistão
para Omã, Cheney afirmou crer
que os americanos apóiam a estratégia de combate ao terrorismo
do governo Bush. "Se há um sentimento de revolta", disse Cheney
sobre o expediente do monitoramento de conversas privadas, "eu
acho que esse sentimento se voltará contra os que sugerem, de algum modo, que nós não deveríamos tomar essas medidas para
defender o país."
Apesar da aparente confiança
do vice de Bush, pesquisa de opinião do Instituto Gallup, encomendada pela CNN e pelo periódico "USA Today", revelou que
cerca de dois terços dos entrevistados não estão dispostos a sacrificar suas liberdades civis na prevenção a ataques terroristas. Segundo a CNN, em 2002, respondendo à mesma pergunta, 49%
das pessoas disseram se dispor a
abrir mão de seus direitos.
Dick Cheney afirmou ainda
acreditar numa "autoridade executiva forte e robusta", dizendo
crer que o poder da Presidência
dos EUA tenha diminuído desde
a Guerra do Vietnã (1965-75) e o
escândalo de Watergate (1972-75), que culminou na renúncia do
presidente Richard Nixon. Mas
Cheney emendou, afirmando que
a atual administração foi capaz de
restabelecer parte da "autoridade
legítima da Presidência".
Quem também se pronunciou
sobre o assunto espionagem da
NSA ontem foi o senador democrata John Kerry, que perdeu a última corrida à Casa Branca para
Bush. Para Kerry, a prática é inconstitucional e a defesa dela dada pelo presidente foi uma desculpa "esfarrapada".
Regresso
Cheney interrompeu ontem seu
giro pela Ásia central, onde assistiu à posse dos novos deputados
do Parlamento afegão, e voltou a
Washington. Como é presidente
do Senado, cargo acumulado
constitucionalmente pelo vice-presidente americano, Cheney
deve participar da votação de leis
que dizem respeito à política de
segurança nacional.
Com agências internacionais
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