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MULTIMÍDIA
The New York Times - de Nova York
Corte de impostos ofusca questões-chave
EUA - O "New York Times"
avaliou o discurso do presidente
Bush em dois editoriais -um para os temas domésticos, outro para os internacionais. Nos dois textos, predominaram as críticas.
"Quando o presidente faz o Discurso sobre o Estado da União,
gostamos de ouvir respeitosamente e responder polidamente.
É sempre fácil encontrar coisas
merecedoras de aplausos. Na noite de ontem, por exemplo, o presidente Bush mencionou a recapacitação do trabalhador, a reforma
da lei de imigração e programas
para ajudar a readaptação à sociedade de presos recém-saídos da
cadeia."
Segundo o "New York Times",
nessas ocasiões o impulso do jornal é de sempre menosprezar as
idéias das quais discorda e destacar as que considera boas.
"Desta vez, tal imparcialidade
parece impossível. A política doméstica do presidente se resume
em um fato desastroso: sua insistência em grandes cortes de impostos para os ricos roubou do
país o dinheiro para resolver seus
problemas e ameaçou a segurança econômica a longo prazo."
O diário nova-iorquino afirmou
que, consciente de que o eleitorado norte-americano parece mais
preocupado com seu próprio destino do que com o do Iraque, o
presidente Bush enfatizou o lado
doméstico de sua agenda.
"Seu único olhar para trás, em
direção à bagunça fiscal que criou,
foi para conclamar o Congresso a
tornar permanentes os cortes de
US$ 1,7 trilhão nos impostos. Os
cortes foram colocados no orçamento para temporariamente darem a ilusão de que as contas vão
chegar perto de um equilíbrio no
longo prazo."
O "New York Times" comparou
Bush ao ex-presidente Bill Clinton
(1993-2001) no que se refere a encher o Discurso sobre o Estado da
União com "pequenos gestos
simbólicos". Mas acrescentou que
"muitos de seus pensamentos
mais amplos eram vagos a ponto
de atingir a insignificância".
Sobre a política externa, o "New
York Times" observou que a administração Bush produziu "quase um ano de rude desprezo pelos
processos da ONU, de enfraquecimento da autoridade da ONU e
de desconsideração a alguns dos
mais importantes aliados dos Estados Unidos".
O jornal ainda afirmou no editorial que os governos da América
Latina estão agora mais distantes
em relação aos EUA do que estiveram por muito tempo. "Washington também teve papel central no colapso das negociações
comerciais que visavam acabar
com a imensa injustiça dos subsídios das nações ricas a agricultores que não conseguem competir
no mercado livre."
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