São Paulo, quinta-feira, 22 de janeiro de 2004

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MULTIMÍDIA

The New York Times - de Nova York

Corte de impostos ofusca questões-chave

EUA - O "New York Times" avaliou o discurso do presidente Bush em dois editoriais -um para os temas domésticos, outro para os internacionais. Nos dois textos, predominaram as críticas.
"Quando o presidente faz o Discurso sobre o Estado da União, gostamos de ouvir respeitosamente e responder polidamente. É sempre fácil encontrar coisas merecedoras de aplausos. Na noite de ontem, por exemplo, o presidente Bush mencionou a recapacitação do trabalhador, a reforma da lei de imigração e programas para ajudar a readaptação à sociedade de presos recém-saídos da cadeia."
Segundo o "New York Times", nessas ocasiões o impulso do jornal é de sempre menosprezar as idéias das quais discorda e destacar as que considera boas.
"Desta vez, tal imparcialidade parece impossível. A política doméstica do presidente se resume em um fato desastroso: sua insistência em grandes cortes de impostos para os ricos roubou do país o dinheiro para resolver seus problemas e ameaçou a segurança econômica a longo prazo."
O diário nova-iorquino afirmou que, consciente de que o eleitorado norte-americano parece mais preocupado com seu próprio destino do que com o do Iraque, o presidente Bush enfatizou o lado doméstico de sua agenda.
"Seu único olhar para trás, em direção à bagunça fiscal que criou, foi para conclamar o Congresso a tornar permanentes os cortes de US$ 1,7 trilhão nos impostos. Os cortes foram colocados no orçamento para temporariamente darem a ilusão de que as contas vão chegar perto de um equilíbrio no longo prazo."
O "New York Times" comparou Bush ao ex-presidente Bill Clinton (1993-2001) no que se refere a encher o Discurso sobre o Estado da União com "pequenos gestos simbólicos". Mas acrescentou que "muitos de seus pensamentos mais amplos eram vagos a ponto de atingir a insignificância".
Sobre a política externa, o "New York Times" observou que a administração Bush produziu "quase um ano de rude desprezo pelos processos da ONU, de enfraquecimento da autoridade da ONU e de desconsideração a alguns dos mais importantes aliados dos Estados Unidos".
O jornal ainda afirmou no editorial que os governos da América Latina estão agora mais distantes em relação aos EUA do que estiveram por muito tempo. "Washington também teve papel central no colapso das negociações comerciais que visavam acabar com a imensa injustiça dos subsídios das nações ricas a agricultores que não conseguem competir no mercado livre."


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