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CERCO AO FUMO
Secretária de Justiça diz que agilizará processo para cobrar de fabricantes gastos com tratamento de fumantes
EUA aceleram ofensiva contra o cigarro
CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
da Sucursal de Brasília
A secretária da Justiça dos EUA,
Janet Reno, disse ontem que o processo prometido pelo presidente
Bill Clinton contra a indústria do
tabaco virá da maneira mais rápida possível.
Mas ela não deu detalhes, nem de
prazos nem de instrumentos a serem usados pelo governo para colocar a proposta em prática.
Alguns advogados norte-americanos acreditam que a ação só deve
começar daqui a alguns meses, e
muitos não crêem que ela possa ter
sucesso.
Clinton, fumante ocasional de
charutos, anunciou sua intenção
de processar os produtores de tabaco no seu discurso sobre o Estado da União, nesta semana.
O governador do Kentucky, Centro-Sul dos EUA, Paul Patton, protestou ontem contra a intenção de
Clinton, embora pertença ao mesmo partido do presidente.
Patton participava de reunião
com colegas de dez outros Estados
produtores de tabaco. Ele disse,
em nome de todos: "A indústria de
tabaco está cercada. Há um limite
além do qual ela não sobreviverá e
esse limite está se aproximando".
Na mesma reunião, os quatro
maiores fabricantes de cigarro dos
EUA concordaram em estabelecer
um fundo de US$ 5,15 bilhões para
ajudar os agricultores que cultivam tabaco e estão enfrentando
graves dificuldades.
A indústria de tabaco emprega
cerca de 300 mil pessoas nos EUA.
Além de ter prometido processar
os produtores para ressarcir o governo federal dos gastos que teve
com pessoas que adoeceram por
causa do hábito do fumo, Clinton
também disse que vai impor imposto adicional de US$ 0,55 por
maço de cigarro vendido no país.
Segundo os industriais, o governo federal já recebe 2,5 vezes mais
do que eles cada vez que se vende
um maço de cigarros no país.
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