São Paulo, domingo, 22 de abril de 2007

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Imagem de centrista não sustenta Bayrou

DA REPORTAGEM LOCAL

François Bayrou, 55, chegou a assustar Ségolène Royal e Nicolas Sarkozy. De concorrente nanico, há seis semanas superou a barreira dos 20% das intenções de voto. Mas seu fôlego parece ter sido curto. Embora presidente de um pequeno partido conservador, a UDF (União pela Democracia Francesa), acenava com a possibilidade de quebrar a divisão entre esquerda e direita e se apresentava como homem de centro. Mas esse espaço intermediário se fechou na reta final, sobretudo porque Bayrou produziu um prato morno com ingredientes díspares e de apetite dificultado por sua falta de carisma.
Católico, pai de seis filhos, criador de cavalos de raça, professor de literatura e escritor, Bayrou é acima de tudo um provinciano assumido, nascido perto da fronteira da Espanha e que já havia se candidatado à Presidência em 2002.
Deputado desde 1986, ele se tornou conhecido como ministro da Educação (1993-1995), em gabinetes da direita. A imagem que deixou foi a de um gestor dado a longas e bem argumentadas reflexões e de alguns fracassos, como a integração das escolas religiosas privadas ao sistema público de ensino.
A sua campanha deixa um recado: o de que a França pode caminhar para o modelo italiano, de entendimento entre partidos e facções que tendem para o centrismo. (JBN)


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