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Fora da campanha, desemprego é o que mais angustia franceses
DO ENVIADO ESPECIAL A PARIS
A razão principal da angústia
dos franceses, como revelam as
pesquisas, é a persistência há
25 anos de um desemprego elevado, hoje na faixa de pouco
mais de 8%.
É verdade que já foi maior,
tendo atingido 12,2% no governo do socialista François Mitterrand (1981-1995), mas a queda não serve de consolo para os
2,35 milhões de franceses que
buscam emprego (o empresariado calcula que há 1,3 milhão
de desempregados que nem
aparecem nas estatísticas).
No fim do ano passado, entre
os então 25 países da União Européia, a França era a 22ª colocada no ranking de desemprego. Tudo culpa de um anêmico
crescimento econômico, que,
nos últimos cinco anos, ficou
sempre abaixo da média dos
países da OCDE (Organização
para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Em
2006, o crescimento foi até bastante razoável para uma economia madura, na faixa de 2,1%.
Para este ano, a previsão é muito parecida (2%).
Examinada a mais longo prazo, no entanto, a economia
cresceu tão pouco nos últimos
25 anos que a renda per capita,
que era a sétima maior do mundo, passou a ser a 17ª.
O cenário não vai mudar,
nesse capítulo, seja qual for o
eleito no dia 6 de maio. Nicolas
Sarkozy, líder nas pesquisas,
prevê, em seu programa, um
crescimento de 2,25 % por ano,
em média, até 2012, quando
termina o período presidencial.
Parecido é o número usado
no programa da socialista Ségolène Royal (2,5 %). Mas o de
François Bayrou reduz a perspectiva para 2%. Em contrapartida, é o único a propor
equilíbrio entre despesas e receitas. Com Sarkozy ou Ségolène na Presidência, haverá fatalmente um problema de gastos
maiores que receitas, com o
conseqüente aumento do pesadelo da dívida pública, hoje
equivalente a 66% do PIB. É
mais do que permite o Tratado
de Maastricht, que fixou as regras para a introdução do euro.
Mas não foi a economia o tema dominante na campanha.
Houve o que Sarkozy definiu
como um "zapping" de temas
que surgiam e desapareciam
sem que um se fixasse.
(CR)
NA INTERNET - Leia íntegra de artigo de Alain Touraine exclusivo
para a Folha sobre as eleições
www.folha.com.br/071112
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