|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Obama visa agilizar indicação ao Supremo
Presidente reuniu democratas e republicanos para discutir substituição de juiz que se aposenta em junho
ANDREA MURTA
DE WASHINGTON
Em tentativa de apressar a
indicação de novo nome para a
Suprema Corte dos EUA em
pleno ano eleitoral, o presidente Barack Obama reuniu ontem
na Casa Branca líderes democratas e republicanos do Senado para discutir o processo. A
intenção é ter um nome bem
antes do fim de maio para substituir John Paul Stevens, que se
aposenta em junho.
Os democratas Patrick Leahy
e Harry Reid, líder da maioria
na Casa, afirmaram que o encontro bipartidário não abordou possíveis candidatos, mas
que depois eles passaram separadamente sugestões a Obama.
Mitch McConnell, líder republicano do Senado, e Jeff
Sessions, mais importante republicano do painel Judiciário
da Casa, "prometeram" em nota "tratar o indicado do presidente com justiça", mas alertaram contra tentativas de
"apressar a avaliação".
Ativistas de direita já se organizam e até buscam o apoio do
movimento ultraconservador
"Tea Party" para bloquear a nomeação. Indicados à Suprema
Corte precisam de 60 dos 100
votos do Senado para que o
processo não sofra obstrução, o
que se torna especialmente delicado diante da disputa pelas
legislativas de novembro. Democratas só têm 59 cadeiras.
Entre os nomes mais cotados
até agora estão Elena Kagan,
49, nomeada por Obama para
representar o governo ante à
Suprema Corte, e os juízes Diane Wood, 59, Merrick Garland,
57, Sidney Thomas, 56, e Leah
Ward Sears, 54, que seria a primeira mulher negra no cargo.
Há ainda nomes de fora do
Poder Judiciário, como a secretária de Segurança Doméstica,
Janet Napolitano, 52, e a governadora de Michigan, Jennifer
Granholm, 51. Granholm, Kagan e Wood já haviam sido
mencionadas como candidatas
no ano passado, quando Obama
acabou escolhendo Sonia Sotomayor para ocupar a vaga aberta à época por David Souter.
A reitora da Escola de Direito
de Harvard, Martha Minow,
que foi professora do presidente, também foi aventada.
O nome do advogado do Departamento de Estado Harold
Koh, 55, que poderia ser o primeiro juiz asiático-americano
da Suprema Corte, sumiu das
conversas atuais sobre o cargo.
A única pergunta que Obama
respondeu à imprensa após a
reunião foi relativa à indicação
de alguém contrário ao direito
ao aborto. Ele disse que não há
pré-requisitos, mas que gostaria indicar de alguém que respeitasse direitos individuais,
inclusive os das mulheres.
O novo nome deverá manter
o atual equilíbrio da Corte, pois
Stevens é alinhado à ala liberal,
e o presidente escolherá alguém de posição similar.
Texto Anterior: UE recomenda suspensão de pedido de visto Próximo Texto: Campanha britânica ferve antes de 2º debate eleitoral Índice
|