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Ex-chanceler é condenado por homicídio de 1976 no Uruguai
DA EFE
O ex-chanceler uruguaio
Juan Carlos Blanco, que foi ministro durante parte da ditadura militar do país (1973-1985),
foi condenado ontem a 20 anos
de prisão pelo desaparecimento e a morte da professora Elena Quinteros, em 1976, segundo fontes judiciais.
A professora e militante desapareceu em 28 de junho de
1976 após ter sido detida por
forças de segurança no jardim
da Embaixada da Venezuela
em Montevidéu, onde visava
pedir asilo. Por isso, o caso resultou na ruptura das relações
diplomáticas entre Venezuela e
Uruguai, que só reataram em
1985, com a volta da democracia ao país e a posse do presidente Julio María Sanguinetti.
O ex-ministro de Relações
Exteriores foi condenado ontem pelo juiz Juan Carlos Fernández Lecchini por coautoria
de "homicídio especialmente
agravado" e não por "desaparecimento forçado", pedido inicial da promotora Mirtha
Guianze em 2008.
Blanco foi a primeira pessoa
a ser processada no Uruguai
por crimes contra a humanidade. Ele está na prisão desde
2006, quando foi detido junto
com o ex-ditador Juan María
Bordaberry (eleito democraticamente em 1971, mas que deu
golpe de Estado em 1973 e governou até 1976), ambos acusados do assassinato de dois parlamentares uruguaios e dois
militantes Tupamaros, em
Buenos Aires, também em 1976
e dentro da Operação Condor,
política de colaboração entre as
ditaduras sul-americanas.
Bordaberry está hoje em prisão domiciliar, cumprindo outra condenação, de 30 anos, por
responsabilidade no homicídio
de dez pessoas desaparecidas
durante seu governo.
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