São Paulo, quinta-feira, 22 de abril de 2010

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Ex-chanceler é condenado por homicídio de 1976 no Uruguai

DA EFE

O ex-chanceler uruguaio Juan Carlos Blanco, que foi ministro durante parte da ditadura militar do país (1973-1985), foi condenado ontem a 20 anos de prisão pelo desaparecimento e a morte da professora Elena Quinteros, em 1976, segundo fontes judiciais.
A professora e militante desapareceu em 28 de junho de 1976 após ter sido detida por forças de segurança no jardim da Embaixada da Venezuela em Montevidéu, onde visava pedir asilo. Por isso, o caso resultou na ruptura das relações diplomáticas entre Venezuela e Uruguai, que só reataram em 1985, com a volta da democracia ao país e a posse do presidente Julio María Sanguinetti.
O ex-ministro de Relações Exteriores foi condenado ontem pelo juiz Juan Carlos Fernández Lecchini por coautoria de "homicídio especialmente agravado" e não por "desaparecimento forçado", pedido inicial da promotora Mirtha Guianze em 2008.
Blanco foi a primeira pessoa a ser processada no Uruguai por crimes contra a humanidade. Ele está na prisão desde 2006, quando foi detido junto com o ex-ditador Juan María Bordaberry (eleito democraticamente em 1971, mas que deu golpe de Estado em 1973 e governou até 1976), ambos acusados do assassinato de dois parlamentares uruguaios e dois militantes Tupamaros, em Buenos Aires, também em 1976 e dentro da Operação Condor, política de colaboração entre as ditaduras sul-americanas.
Bordaberry está hoje em prisão domiciliar, cumprindo outra condenação, de 30 anos, por responsabilidade no homicídio de dez pessoas desaparecidas durante seu governo.


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