UOL


São Paulo, quinta-feira, 22 de maio de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Governo interno só será escolhido em julho; Otan terá papel no país

DA REDAÇÃO

O Iraque só terá um governo interino -formado por iraquianos que prestarão contas aos EUA e terão a missão de criar condições para eleições diretas- a partir do meio de julho. A projeção é do diplomata americano Paul Bremer, administrador provisório do país.
Bremer afirmou ontem que o prazo anterior -entre o fim de maio e o início de junho- era uma "invenção da imprensa". O prazo fora anunciado no último dia 5 pelo general americano Jay Garner, antecessor do diplomata.
"Falamos agora em algum momento em julho para promover a conferência nacional [que escolherá o novo governo]", declarou o diplomata em Bagdá.
Bremer diz almejar um governo representativo das diferentes etnias, orientações religiosas e políticas iraquianas e afirmou que os sete líderes com quem se reuniu há seis dias não preenchem o requisito. Dos sete, cinco haviam sido definidos por Garner como o "núcleo" do governo interino.

Otan no Iraque
A segunda alteração no plano para o Iraque pós-guerra anunciada ontem foi a participação da Otan. Em Bruxelas, os 19 países-membros da aliança militar decidiram, unanimemente, ajudar a Polônia a coordenar uma força de paz na área central do país.
A Polônia pretende enviar 2.200 soldados ao Iraque -contingente que chegaria a 7.000 com auxílio da Otan. Os EUA mantêm hoje cerca de 150 mil militares no país, mas anunciaram que os 60 mil fuzileiros navais estacionados no Iraque e no Kuait devem deixar o golfo Pérsico no fim de agosto.
Com a atuação da Otan, a coalizão anglo-americana abre as portas da reconstrução a países que se opuseram à guerra, mas são parte da aliança militar -como a França e a Alemanha.
Também a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), vinculada à ONU, deve retornar ao Iraque para investigar os saques à usina de Tuwaitha, a maior do país. Os EUA fizeram a proposta, mas não definiram prazos.
Ontem, especialistas americanos anunciaram que cerca de 20% do material radioativo registrado em Tuwaitha está desaparecido.
Antes da guerra, a usina guardava duas toneladas de urânio enriquecido e uma quantidade indeterminada de urânio em estado natural. O material foi registrado pela AIEA como de uso pacífico.
Até agora, os EUA não conseguiram provar que o Iraque mantivesse programas de armas de destruição em massa -justificativa usada para invadir o país.
Ontem, o Ministério da Defesa britânico disse estar investigando por crimes de guerra um oficial graduado, sem fornecer detalhes. Segundo a imprensa local, trata-se do coronel Tim Collins, acusado de espancar prisioneiros.


Com agências internacionais


Texto Anterior: Iraque ocupado: França e Rússia vão apoiar EUA na ONU
Próximo Texto: Fogo amigo: Marines matam aliados afegãos em "mal-entendido" em Cabul
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.