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Governo interno só será escolhido em julho; Otan terá papel no país
DA REDAÇÃO
O Iraque só terá um governo interino -formado por iraquianos
que prestarão contas aos EUA e terão a missão de criar condições
para eleições diretas- a partir do meio de julho. A projeção é do diplomata americano Paul Bremer, administrador provisório do país.
Bremer afirmou ontem que o prazo anterior -entre o fim de
maio e o início de junho- era uma "invenção da imprensa". O
prazo fora anunciado no último dia 5 pelo general americano Jay
Garner, antecessor do diplomata.
"Falamos agora em algum momento em julho para promover a
conferência nacional [que escolherá o novo governo]", declarou
o diplomata em Bagdá.
Bremer diz almejar um governo
representativo das diferentes etnias, orientações religiosas e políticas iraquianas e afirmou que os
sete líderes com quem se reuniu
há seis dias não preenchem o requisito. Dos sete, cinco haviam sido definidos por Garner como o "núcleo" do governo interino.
Otan no Iraque
A segunda alteração no plano
para o Iraque pós-guerra anunciada ontem foi a participação da
Otan. Em Bruxelas, os 19 países-membros da aliança militar decidiram, unanimemente, ajudar a Polônia a coordenar uma força de
paz na área central do país.
A Polônia pretende enviar 2.200
soldados ao Iraque -contingente que chegaria a 7.000 com auxílio da Otan. Os EUA mantêm hoje cerca de 150 mil militares no país,
mas anunciaram que os 60 mil fuzileiros navais estacionados no
Iraque e no Kuait devem deixar o
golfo Pérsico no fim de agosto.
Com a atuação da Otan, a coalizão anglo-americana abre as portas da reconstrução a países que se opuseram à guerra, mas são parte da aliança militar -como a
França e a Alemanha.
Também a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA),
vinculada à ONU, deve retornar ao Iraque para investigar os saques à usina de Tuwaitha, a maior do país. Os EUA fizeram a proposta, mas não definiram prazos.
Ontem, especialistas americanos anunciaram que cerca de 20%
do material radioativo registrado
em Tuwaitha está desaparecido.
Antes da guerra, a usina guardava duas toneladas de urânio enriquecido e uma quantidade indeterminada de urânio em estado
natural. O material foi registrado
pela AIEA como de uso pacífico.
Até agora, os EUA não conseguiram provar que o Iraque mantivesse programas de armas de destruição em massa -justificativa usada para invadir o país.
Ontem, o Ministério da Defesa
britânico disse estar investigando
por crimes de guerra um oficial
graduado, sem fornecer detalhes.
Segundo a imprensa local, trata-se do coronel Tim Collins, acusado de espancar prisioneiros.
Com agências internacionais
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