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São Paulo, quinta-feira, 22 de maio de 2003

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TRANSIÇÃO

Eleito quer negociar dívida

"Argentina pode viver sem FMI", diz Kirchner

ELAINE COTTA
DE BUENOS AIRES

O presidente eleito da Argentina, Néstor Kirchner, deu sinais de que não pretende ceder a todas as exigências do FMI (Fundo Monetário Internacional) para conseguir a assinatura de um novo acordo. Kirchner disse ter a intenção de reestruturar a dívida desde que seu pagamento não prejudique a retomada dos investimentos e a recuperação da economia.
"A Argentina tem demonstrado que consegue viver sem o Fundo. Não há motivos para se angustiar com a proximidade dos vencimentos da dívida," disse Kirchner em entrevista ao jornal "Clarín". Para Kirchner, as negociações precisam ser retomadas, mas não devem ser conduzidas de forma dramática. "Precisamos ter uma reprogramação que permita a volta do funcionamento viável do país," afirmou.
No final do ano passado, a Argentina assinou um acordo provisório com o Fundo, cuja revisão já deveria ter sido divulgada por uma missão da instituição. O atraso, segundo operadores do mercado financeiro local, pode ser um sinal de que o Fundo não concorda com algumas das medidas que devem ser anunciadas em breve pelo ministro Roberto Lavagna (Economia). Entre elas está a criação de um mecanismo de controle do capital especulativo.
Lavagna também pretende reprogramar o vencimento da dívida com os organismos multilaterais de crédito para os próximos três anos. Em contrapartida, o Fundo exige uma reforma no sistema bancário e o estabelecimento de uma meta de superávit primário -diferença entre receitas e gastos do governo- de 2,5% do PIB (Produto Interno Bruto).
Kirchner terá hoje a sua primeira reunião com os ministros que escolheu. Alberto Fernández, que será chefe de gabinete, adiantou que a sua função no governo será a busca de consensos, não somente entre os ministérios, mas também no Congresso.


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