São Paulo, quarta-feira, 22 de junho de 2005

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CÚPULA

Mas premiê estabelece condição

Sharon promete ceder 2 cidades a palestinos

DA REDAÇÃO

Em reunião de mais de duas horas que fez avançar pouco o plano de paz entre israelenses e palestinos, o premiê de Israel, Ariel Sharon, disse ao presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, que, caso este se empenhe em controlar os grupos terroristas árabes, vai transferir mais duas cidades na Cisjordânia ao controle palestino.
Sobre as demandas que Abbas levou à reunião, realizada ontem na casa de Sharon, em Jerusalém, o premiê respondeu que somente seriam atendidas quando a ANP agisse contra os terroristas. Mas Sharon anunciou que entregará as cidades de Belém e Qalqilya, na Cisjordânia, se Abbas mostrar que está se empenhando em refrear esses grupos.
Na primeira reunião dos dois líderes após a eleição de Abbas, realizada em 8 de fevereiro, quando foi firmada uma trégua, os israelenses se comprometeram a entregar ao controle palestino cinco cidades na região oeste da Cisjordânia, mas só duas foram entregues (Tulkarem e Jericó). O processo foi interrompido sob a alegação de que os palestinos não estavam impedindo os atentados.
De acordo com a agência de notícias Associated Press, o governo israelense divulgou trecho de vídeo da reunião de ontem em que Sharon cobra Abbas. "Quando estávamos no Egito", disse Sharon, fazendo referência à cúpula do dia 8, "você disse que empreenderia todos os esforços para pôr fim ao terrorismo e começar a minar sua infra-estrutura, mas isso nunca aconteceu".
A retirada da faixa de Gaza, no entanto, não será prorrogada -seu início está marcado para agosto próximo. Segundo declaração do primeiro-ministro israelense, ele e Abbas "concordaram em coordenar a retirada".
De acordo com membros do governo de Israel que estiveram na cúpula, Sharon prometeu também liberar mais prisioneiros palestinos e permitir a reabertura do porto e do aeroporto da faixa de Gaza, após a desocupação, mas, de novo, só se a ANP mostrar esforços no combate ao terrorismo.
Já os palestinos consideraram a reunião frustrante. "Em todos os tópicos em que esperávamos uma resposta positiva, não houve nenhuma", comentou Ahmed Qorei, premiê palestino.

Detidos
Pouco antes da reunião, o Exército israelense deteve, na região oeste da Cisjordânia, 52 palestinos acusados de pertencerem ao grupo terrorista Jihad Islâmico. A blitz foi a maior desde o acordo de 8 de fevereiro e, segundo o Ministério da Defesa israelense, é uma resposta ao fato de o grupo não estar respeitando a trégua.
De acordo com o Ministério do Interior da ANP, um avião israelense disparou mísseis contra uma habitação abandonada no norte da faixa da Gaza. Não houve registro de vítimas.


Com agências internacionais

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