DA REDAÇÃO

O premiê de Israel, Ehud Olmert, e o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, irão se reunir na segunda-feira no Egito. O encontro entre os líderes israelense e palestino, o primeiro em dois meses, é mais um passo na estratégia de isolamento do grupo radical islâmico Hamas que está sendo arquitetada por EUA, Israel e o Fatah de Abbas.
Nesse encontro, qualificado por assessores de Olmert como uma reunião entre "forças moderadas", Abbas deve pedir a Olmert a retomada das negociações para um acordo final de paz entre israelenses e palestinos, com a criação de um Estado palestino em Gaza (controlada pelo Hamas desde a semana passada) e na Cisjordânia (controlada militarmente por Israel e politicamente pelo secular Fatah).
No encontro que teve em Washington com o presidente americano George W. Bush, na segunda-feira, Olmert havia descartado o reinício imediato de negociações. Mas, com o Hamas à margem do processo, o premiê israelense deve liberar para o Fatah cerca de US$ 400 milhões em repasses de impostos recolhidos por Israel e que estavam bloqueados desde que o Hamas venceu as eleições legislativas palestinas, em janeiro do ano passado.
Já Abbas acena com o desarmamento das milícias ligadas ao seu partido, entre as quais as Brigadas dos Mártires de Al Aqsa. O desarmamento das milícias foi endossado ontem pela OLP (Organização para a Libertação da Palestina), cujo maior partido é o Fatah e que endossou o governo de emergência nomeado por Abbas -e não reconhecido pelo Hamas.
O Egito do ditador Hosni Mubarak, que convocou a reunião, teme que o fortalecimento do Hamas incentive a Irmandade Muçulmana egípcia.