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Em SP, idéia divide donos de restaurantes
MARIA BRANT
DA REDAÇÃO
Donos de restaurantes italianos
de São Paulo ouvidos pela Folha
se dividem sobre a intenção da
Itália de "defender sua culinária"
por meio de um certificado de cozinha italiana "autêntica".
Para Rogério Fasano (Fasano e
Gero), a medida é questionável.
"Conheço muitos chefs italianos
que não fazem cozinha italiana, e
chefs locais podem preparar pratos tão bem quanto os italianos."
O chef do Fasano é italiano.
Fasano concorda com a alegação do governo italiano de que
pode haver uma descaracterização de certos pratos, como restaurantes que "fazem tiramisù com
requeijão" em vez de mascarpone. "Mas acho que é muito mais
eficaz que a crítica local esclareça
a clientela sobre o que é a culinária italiana do que colocar um selinho na porta do restaurante."
Para José Otávio Scharlach
(Buttina), a iniciativa é "excelente". Ele diz que é importante fazer
a distinção entre restaurantes italianos "que procuram trazer
amostras autênticas da culinária
italiana" e as "cantinas, cuja cozinha é adaptada" à cultura brasileira. A chef do Buttina, italiana,
procura manter a tradição, diz
Scharlach, mas "há espaço para os
dois tipos de cozinha".
Afonso Roperto (Cantina Roperto) diz não saber se seu restaurante passaria no teste do chef,
mas que a medida do governo "é
uma boa iniciativa", apesar de
achar que os restaurantes devam
ter a opção de diversificar o menu.
Tullio Grandi (Cantina do Piero) é mais enfático. "Acho isso
uma palhaçada", afirma. Ele diz
que não poderia ter chefs italianos
em seu restaurante, que "recebe
de 400 a 420 pessoas por noite",
porque "eles não dariam conta,
são muito delicados".
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