|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Ataques matam 3 soldados americanos e ferem 13
DA REDAÇÃO
Dois ataques no Iraque, em
Bagdá e Ramadi, deixaram três
soldados americanos mortos. As
ações, anteontem à noite, aconteceram no mesmo dia em que houve, também em Bagdá, uma tentativa de matar uma integrante do
Conselho de Governo Iraquiano,
que ficou gravemente ferida.
Duas bombas foram lançadas
com morteiro contra a prisão de
Abu Ghraib, em Bagdá. A guarda
do presídio é feita pelos EUA. Segundo uma porta-voz das forças
americanas, esse ataque matou
dois soldados e deixou 13 feridos.
A porta-voz afirmou que os detentos não se feriram. Em 17 de
agosto, uma ação contra a prisão
já havia deixado seis iraquianos
mortos e 59 pessoas feridas.
O presídio de Abu Ghraib, um
dos maiores do Iraque, abriga criminosos comuns e suspeitos de
ataques de guerrilha contra as forças de ocupação do país.
Também anteontem à noite, na
região de Ramadi (a oeste de Bagdá), um soldado do 3º Regimento
de Cavalaria Armada morreu depois de um ataque com uma
bomba contra seu veículo.
Já chega a 79 o número de soldados americanos mortos em ações
hostis desde que os EUA declararam o fim dos principais combates no Iraque, em 1º de maio.
O crescente número de mortos
aumenta a pressão sobre Bush
nos EUA, ao mesmo tempo em
que ele trabalha por uma resolução da ONU que estimule mais
países a colaborarem com tropas
para o pós-guerra no Iraque.
Para aceitar ajudar, a França,
que se posicionou contra a invasão anglo-americana do Iraque,
quer que que os EUA se apressem
em transferir o poder aos iraquianos. O governo americano acredita que uma transferência rápida
pioraria a situação iraquiana.
Os incidentes de anteontem deixaram em segundo plano o início
do esforço da administração interina do Iraque em atrair investimentos estrangeiros para o país.
O ministro das Finanças iraquiano, Kamel al-Keylani, anunciou em Dubai (Emirados Árabes
Unidos), onde ocorre a reunião
anual do FMI e do Banco Mundial, medidas econômicas, que incluem a permissão de participação estrangeira em todos os setores, exceto nas reservas petrolíferas, a segunda maior do mundo.
"As reformas ajudarão significativamente no esforço para se ter
uma economia livre e aberta, promover o crescimento e apressar a
volta do Iraque ao mercado internacional", afirmou o ministro.
A violência que se espalha pelo
Iraque, porém, pode desestimular
a chegada de investimentos.
Os EUA culpam principalmente
combatentes leais ao ex-ditador
Saddam Hussein pelos ataques
aos soldados, que chegam a mais
de dez por dia. Alguns iraquianos
argumentam que a resistência é
motivada por militantes islâmicos
que lutam contra a ocupação.
Os ataques também são contra
iraquianos que estão cooperando
com as forças de ocupação, como
aconteceu com Aquila Al Hashimi, a integrante do Conselho de
Governo Iraquiano que foi alvejada por um atirador anteontem.
Oferta de Saddam
Os EUA negaram ontem que
Saddam tenha oferecido dinheiro
e informações sobre armas de
destruição em massa para conseguir chegar com segurança a Belarus, uma ex-república soviética.
A informação foi publicada pelo
jornal britânico "The Sunday
Mirror". Segundo o semanário,
um representante do ditador teria
procurado as forças americanas
em Tikrit, a cidade-natal de Saddam, e entregado uma carta que
propunha negociações. O porta-voz das tropas dos EUA em Tikrit
negou que isso tenha ocorrido.
Críticas de Blix
O sueco Hans Blix, ex-chefe dos
inspetores de armas da ONU, disse, em entrevista a um jornal grego, que os EUA mostraram "honestidade questionável" na justificativa da Guerra do Iraque. "Não
havia sinal de ameaça imediata",
afirmou. "Acho que nada vai ser
encontrado para justificar a invasão", completou, em referência às
armas de destruição em massa.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Iraque Ocupado: Clinton pede mudança de rumo no Iraque Próximo Texto: 11 de Setembro: Operação começou a ser planejada em 1996 Índice
|