São Paulo, quarta-feira, 22 de setembro de 2004

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IRAQUE SOB TUTELA

Grupo ligado à Al Qaeda promete divulgar vídeo em breve; parentes de refém britânico apelam a Blair

Terror anuncia morte de outro americano

DA REDAÇÃO

O grupo terrorista Tawhid e Jihad anunciou ontem ter matado mais um refém norte-americano no Iraque. Os extremistas ameaçam matar outro refém, um britânico, caso os EUA e o Reino Unido não soltem muçulmanas mantidas em prisões iraquianas.
Anteontem, o grupo liderado pelo jordaniano Abu Musab al Zarqawi -ligado à rede Al Qaeda e por quem os EUA oferecem US$ 25 milhões pela captura- havia divulgado vídeo que mostrava o americano Eugene Armstrong, 52, sendo degolado. Ele havia sido seqüestrado na quinta-feira ao lado do compatriota Jack Hensley, 48, e do britânico Kenneth Bigley, 62. Os três trabalhavam em Bagdá como engenheiros civis.
A morte do segundo refém ainda não foi confirmada. Os terroristas anunciaram que colocariam um vídeo na internet "em breve". Eles não deram um prazo para o cumprimento de suas exigências para não matar o refém britânico. Os EUA afirmam que mantêm detidas apenas duas mulheres no Iraque -elas são cientistas e teriam trabalhado na fabricação de armas químicas. O Reino Unido afirmou que não tem nenhuma mulher sob sua guarda.
A CIA (agência de inteligência dos EUA) confirmou que a voz ouvida no vídeo de Armstrong é mesmo a de Zarqawi. O presidente George W. Bush condenou o assassinato de Armstrong e expressou condolências à família.
Até agora, o Tawhid e Jihad já assumiu o assassinato de seis reféns. Desde que começou a onda de seqüestros no Iraque, mais de 130 estrangeiros já foram feitos reféns e cerca de 30 deles foram assassinados. Ao menos sete foram degolados.
"Eu peço a Tony Blair pessoalmente para considerar a quantidade de derramamento de sangue já feita. Somente você pode salvá-lo agora. Por favor, atenda às exigências e liberte o meu pai", afirmou Craig Bigley, filho do refém.
O premiê britânico telefonou para familiares de Bigley para dizer que o governo estava fazendo tudo o que podia. Porém um funcionário da Chancelaria, falando anonimamente, disse que o governo não cederia: "Simplesmente não podemos. Significaria a abertura da temporada para os terroristas".
A empreiteira turca Vinsan anunciou que está interrompendo suas atividades no país como forma de conseguir soltar dez de seus funcionários. Também foi anunciada a libertação de um refém turco -a empresa para a qual ele trabalhava saiu do Iraque.

Ataque contra Al Sadr
Tropas americanas invadiram os escritórios do clérigo radical xiita Moqtada al Sadr em Najaf (sul). Segundo a polícia, 12 pessoas foram presas -incluindo alguns estrangeiros. À noite, lançaram ataque com helicópteros no bairro Sadr City, um reduto xiita em Bagdá.
Também na capital, um carro-bomba explodiu na estrada que leva ao aeroporto da cidade, ferindo quatro soldados americanos. Insurgentes lançaram um ataque com morteiros contra a prisão de Abu Ghraib, perto de Bagdá. Segundo militares dos EUA, um prisioneiro iraquiano morreu. O comando americano anunciou que dois marines foram mortos perto de Fallujah (oeste).


Com agências internacionais


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