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AMEAÇA NUCLEAR
Israel pode comprar 5.000 bombas dos EUA
Irã diz que começou a enriquecer urânio, mas alega fim pacífico
DA REDAÇÃO
O Irã anunciou ontem que começou a converter toneladas de
urânio bruto em gás, em um processo que pode ser usado para desenvolver bombas atômicas.
O anúncio coincidiu com afirmações de fontes do governo israelense de que Israel pretende
comprar dos EUA o equivalente a
US$ 319 milhões em bombas "inteligentes"- das quais 500 seriam potencialmente capazes de
penetrar instalações nucleares
subterrâneas iranianas.
Segundo Gholamreza Aghazadeh, chefe da Organização de
Energia Atômica do Irã, cerca de
37 toneladas de urânio estão sendo processadas para uso em centrífugas nucleares - quantidade
que, para especialistas, é suficiente para cinco armas nucleares.
"Os testes têm sido bem-sucedidos, mas devem continuar com o
resto do material", disse.
No sábado passado, a Agência
Internacional de Energia Atômica
(AIEA) adotou uma resolução,
por unanimidade, exigindo que o
Irã suspendesse todas as atividades relacionadas ao enriquecimento de urânio. Um porta-voz
disse que a agência está monitorando os testes.
Os Estados Unidos acusam o Irã
de querer usar o mineral enriquecido para produzir armas atômicas. Mas Teerã afirma que a resolução AIEA é injusta e que seu
programa nuclear é pacífico.
"Fizemos nossa escolha: sim à
tecnologia nuclear pacífica, não a
armas nucleares", disse o presidente iraniano, Mohammad Khatami. "Continuaremos nesse caminho mesmo se isso causar o
fim da supervisão internacional
[pela AIEA]."
Segundo o diário "Haaretz", a
venda das bombas dos EUA a Israel consta de um relatório do
Pentágono ao Congresso americano. No documento, o Pentágono afirma que a venda, financiada
com verbas de ajuda militar americana a Israel, faz parte de um pacote para promover "objetivos estratégicos e táticos dos EUA".
Fontes do governo israelense
disseram ao jornal que a transação será formalizada após as eleições de novembro nos EUA.
Em 1981, Israel bombardeou o
reator Osiraq, no Iraque, convencido de que o ex-ditador Saddam
Hussein estava desenvolvendo armas atômicas. A ação motivou
censura internacional.
Com agências internacionais
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