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Desabrigados pelo Katrina fogem do Rita
RALPH BLUMENTHAL
DO "NEW YORK TIMES", EM HOUSTON
A aproximação do furacão
Rita motivou o esvaziamento obrigatório, anteontem,
dos abrigos públicos de
Houston, ocupados há apenas três semanas. Os sobreviventes ainda confusos e
perdidos do Katrina foram
mandados para o Arkansas,
para a estação rodoviária, ao
aeroporto e, no caso de alguns, para apartamentos pagos e mobiliados na própria
região de Houston.
Aglomerados sob o sol
quente, cercados pelos objetos que conseguiram salvar
de suas casas, os refugiados
que se preparavam para deixar um dos abrigos, na Reliant Arena, pareciam estar
resignados à nova partida,
embora alguns deles tivessem momentos de revolta.
As autoridades da prefeitura e do Condado, que logo
após a catástrofe de Nova
Orleans acionaram rapidamente uma burocracia
imensa para receber mais de
27 mil sobreviventes, disseram que os refugiados que
estão deixando os abrigos
agora não serão levados a locais em que possam correr
riscos em razão da tempestade que se aproxima.
Mas disseram que talvez
sejam obrigadas a transferir
pessoas que haviam sido levadas anteriormente a hotéis e motéis em áreas próximas à costa.
Saída obrigatória
Com o caminho do novo
furacão ainda incerto, a cidade de Galveston, que ainda ostenta as marcas do
grande furacão de setembro
de 1900 -a maior catástrofe
natural a ter atingido os
EUA, que deixou pelo menos 6.000 mortos-, ordenou a saída obrigatória de
sua população a partir das
18h de ontem.
Nos últimos dias, os sobreviventes do Katrina que tinham sido abrigados no Astrodome e na Reliant Arena,
além do vizinho centro de
exposições Reliant Center e
do centro de convenções
George R. Brown, estavam
concentrados em sua maioria na arena, que finalmente
foi esvaziada anteontem.
O dia foi especialmente
cansativo para as últimas
centenas de pessoas remanescentes na arena. As famílias passaram o dia sentadas
sobre pacotes de seus pertences. Mulheres grávidas e
pessoas feridas aguardavam
em cadeiras de rodas. Voluntários da Cruz Vermelha
passavam entre a multidão,
entregando água fria e pastéis às pessoas.
Passagens grátis
Cerca de 500 pessoas que
se inscreveram para conseguir apartamentos e que os
conseguiram faziam filas para os ônibus e táxis que as levariam até eles.
Outras embarcavam em
ônibus de turismo que as levariam até Ellington Field,
de onde iriam de avião até
um novo abrigo em Fort
Chaffee, Arkansas, ou ao aeroporto George Bush, onde a
Continental Airlines oferecia passagens gratuitas para
quem quisesse fugir.
Ainda outras procuravam
caronas até o terminal rodoviário, onde também encontrariam passagens gratuitas.
Tradução de Clara Allain
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