São Paulo, sábado, 22 de setembro de 2007

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Fidel aparece em entrevista na TV cubana

Imagens foram exibidas ontem à noite, com indicações de que haviam sido gravadas no mesmo dia

DA REDAÇÃO

O convalescente ditador cubano, Fidel Castro, 81, apareceu ontem à noite no programa Mesa Redonda, da TV estatal cubana, depois de três meses sem imagens públicas. Usando traje esportivo nas cores da bandeira de Cuba, ele falava devagar, mas estava lúcido, atento e parecia se recuperar bem das cirurgias recentes.
Segundo a TV cubana, as imagens foram gravadas ontem mesmo. Durante cerca de uma hora, Fidel discutiu tópicos diversos, do preço do petróleo ao valor do dólar, dando os valores aproximados de quinta-feira, numa demonstração de que a entrevista não é antiga.
Ele comentou a eleição americana e o estouro da bolha imobiliária nos EUA, que chamou de "desoladora crise econômica", e disse que os candidatos à Casa Branca estão financiando a campanha "com papéis sem lastro". Também mostrou livros que anda lendo, entre eles "A Era da Turbulência", lançado na semana passada pelo ex-presidente do Banco Central dos EUA Alan Greenspan. Disse que a obra, de 544 páginas, "serve para fazer exercícios de peso".
Nos últimos meses, depois da cirurgia no intestino a que foi submetido em julho de 2006, Fidel tem escrito artigos para o jornal cubano "Granma". Desde que passou o controle do governo ao irmão Raúl, há 14 meses, só é visto em fotografias e vídeos. O último deles, outra entrevista à TV estatal, foi transmitido no dia 5 de julho.

Transfusão de sangue
De Manaus, onde se reuniu anteontem com o presidente Lula, Hugo Chávez, aliado de Fidel, disse que o cubano ainda não se recuperou totalmente, mas que "pode viver desse jeito por mais uns cem anos". Questionado sobre a saúde do cubano, Chávez respondeu: "Uma operação, duas operações, três operações, 81 anos, ele quase morreu. Fizeram transfusão de quase todo o seu sangue. Ele só continua vivo porque é Fidel".
Há duas semanas, boatos disseminados na internet davam conta de que Fidel tinha morrido. Chegou a haver comemorações de rua da comunidade de cubanos exilada na Flórida. A entrevista de ontem veio desmentir essas especulações.


Com agências internacionais

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