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Fidel aparece em entrevista na TV cubana
Imagens foram exibidas ontem à noite, com indicações de que haviam sido gravadas no mesmo dia
DA REDAÇÃO
O convalescente ditador cubano, Fidel Castro, 81, apareceu ontem à noite no programa
Mesa Redonda, da TV estatal
cubana, depois de três meses
sem imagens públicas. Usando
traje esportivo nas cores da
bandeira de Cuba, ele falava devagar, mas estava lúcido, atento
e parecia se recuperar bem das
cirurgias recentes.
Segundo a TV cubana, as
imagens foram gravadas ontem
mesmo. Durante cerca de uma
hora, Fidel discutiu tópicos diversos, do preço do petróleo ao
valor do dólar, dando os valores
aproximados de quinta-feira,
numa demonstração de que a
entrevista não é antiga.
Ele comentou a eleição americana e o estouro da bolha
imobiliária nos EUA, que chamou de "desoladora crise econômica", e disse que os candidatos à Casa Branca estão financiando a campanha "com
papéis sem lastro". Também
mostrou livros que anda lendo,
entre eles "A Era da Turbulência", lançado na semana passada pelo ex-presidente do Banco
Central dos EUA Alan Greenspan. Disse que a obra, de 544
páginas, "serve para fazer exercícios de peso".
Nos últimos meses, depois da
cirurgia no intestino a que foi
submetido em julho de 2006,
Fidel tem escrito artigos para o
jornal cubano "Granma". Desde que passou o controle do governo ao irmão Raúl, há 14 meses, só é visto em fotografias e
vídeos. O último deles, outra
entrevista à TV estatal, foi
transmitido no dia 5 de julho.
Transfusão de sangue
De Manaus, onde se reuniu
anteontem com o presidente
Lula, Hugo Chávez, aliado de
Fidel, disse que o cubano ainda
não se recuperou totalmente,
mas que "pode viver desse jeito
por mais uns cem anos". Questionado sobre a saúde do cubano, Chávez respondeu: "Uma
operação, duas operações, três
operações, 81 anos, ele quase
morreu. Fizeram transfusão de
quase todo o seu sangue. Ele só
continua vivo porque é Fidel".
Há duas semanas, boatos disseminados na internet davam
conta de que Fidel tinha morrido. Chegou a haver comemorações de rua da comunidade de
cubanos exilada na Flórida. A
entrevista de ontem veio desmentir essas especulações.
Com agências internacionais
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