São Paulo, sábado, 22 de setembro de 2007

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Israel teve informe dos EUA para agir na Síria

DA REDAÇÃO

Israel apenas bombardeou na Síria uma suposta instalação nuclear, no último dia 6, depois de ter recebido dos Estados Unidos a confirmação da presença no local de técnicos da Coréia do Norte.
O envolvimento do governo americano naquele episódio, pouco alardeado por Israel e sobre o qual a Casa Branca e o Departamento de Estado não reagiram, foi relatado ontem pelo "Washington Post".
Informantes não identificados disseram ao jornal que os EUA ficaram constrangidos depois que os israelenses apontaram a cumplicidade norte-coreana no projeto de construção de um reator sírio. Isso porque a diplomacia americana não quer melindrar o regime de Pyongyang, com o qual desenvolve bem-sucedidas negociações para o desmonte de seu programa nuclear, antes voltado para finalidades militares.
Os caças israelenses, diz o "Washington Post", operaram à noite, e seus pilotos foram informados da missão -ao norte da Síria, perto da fronteira turca- só depois da decolagem.
Damasco e Pyongyang negaram esta semana que tenham um programa de cooperação na área nuclear. Israel até recentemente trabalhou com a hipótese de que a ditadura síria se esforça no ramo das armas químicas para dissuadir Israel de uma possível operação militar sobre seu território.

"Preocupação extrema"
Bruce Riedel, um especialista na região que trabalhou na Brookings Institution, entidade privada americana, disse que a operação foi desencadeada em razão da preocupação "extrema" de Israel com as possíveis atividades nucleares sírias. Havia o risco de a Síria reagir, e se criar uma situação de conflito aberto. Mesmo assim, o risco foi assumido.
Outro especialista americano, Edward Djerejian, ex-embaixador em Damasco, disse ter detectado em Israel uma preocupação aguda com a possibilidade de a Síria respeitar os limites que Jerusalém toleraria -nada de armas nucleares, por exemplo.
A operação ocorreu apenas três dias depois que um barco norte-coreano descarregou no porto sírio de Tartus algo registrado como cimento.


Com agências internacionais


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