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Ditador do Paquistão reforça controle de cúpula militar
Mudanças nas Forças Armadas devem manter a influência de Musharraf caso ele cumpra a promessa de deixar farda após eleições
DA REDAÇÃO
Na tentativa de manter a influência caso abandone o comando militar, o ditador do Paquistão, general Pervez Musharraf, promoveu ontem a postos-chave os seus principais
aliados nas Forças Armadas.
Segundo informações oficiais,
ele deixará o uniforme se o
Congresso lhe conceder, nas
eleições indiretas do próximo
dia 6, um novo mandato.
O general Nadeem Taj, secretário militar de Musharraf no
golpe de 1999, assumiu a chefia
do serviço de inteligência paquistanês. Além de missões internacionais, está entre as funções do órgão monitorar questões políticas internas.
Especula-se que o general
Pervez Ashfaq Kiyani, ex-comandante do serviço de inteligência intra-agências do país,
que intermediou negociações
com a líder oposicionista Benazir Bhutto em nome de Musharraf, seja o favorito para
substituir o ditador no comando das Forças Armadas.
Kiyani e Taj são considerados pró-Ocidentais e devem
dar continuidade às políticas
antiterrorismo de Musharraf,
que é um parceiro estratégico
dos EUA, apesar das críticas de
Washington à pouca eficácia do
país na contenção dos insurgentes em sua porosa fronteira
com o Afeganistão.
A cooperação com os americanos sofre, porém, oposição
interna: muitos atribuem à parceria o aumento do número de
atentados no país e acusam o
ditador de sacrificar a estabilidade doméstica com a aliança.
As mudanças devem atingir
também a estrutura militar.
Musharraf teria, segundo informação não-oficiais divulgada por jornais locais, ordenado
a criação de três grandes comando regionais. Cada um deles teria como subordinados
três comandantes de zona.
Eleição questionada
Sob pressões de democratização e enfrentando a insurgência de radicais -intensificada após o massacre, na Mesquita Vermelha, de clérigos e estudantes islâmicos que pediam a
adoção da lei islâmica-, o regime está em crise. Seis petições
questionam, na Suprema Corte, desde a elegibilidade do general, que não deixou o Exército um ano antes do pleito como
determina a Constituição, à legalidade da escolha pelo atual
Congresso, cujo mandato expira neste ano.
O mais alto tribunal do país
converteu-se num símbolo da
oposição democrática desde o
afastamento de seu presidente,
Iftikhar Chaudhary. Em julho,
após uma serie de protestos, o
juiz foi reconduzido ao cargo,
no primeiro grande revés do regime. É incerto, porém, se Musharraf acataria uma derrota jurídica dos planos de reeleição.
Em 10 de setembro, o ex-premiê exilado Nawaz Sharif foi
deportado ainda no aeroporto,
apesar de determinação da Suprema Corte garantir seu "direito inalienável" de retorno.
Com jornais locais e agência internacionais
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