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Amorim diz que Zelaya voltou por "meios próprios"
DE NOVA YORK
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou ontem em Nova York que
o presidente deposto hondurenho, Manuel Zelaya, regressou
ao seu país "por meios próprios
e pacíficos".
"O Brasil não teve nenhuma
interferência na vinda dele para Honduras, mas naturalmente [ele] foi recebido, [porque] é
o presidente legítimo de Honduras", disse Amorim.
O governo brasileiro tomou
medidas para assegurar a segurança de Zelaya, da embaixada
e de seus funcionários contatando o secretário-geral da
OEA (Organização dos Estados
Americanos), José Miguel Insulza, e solicitando apoio ao governo americano.
Segundo Amorim, o que protege a embaixada de uma ação
hostil do governo golpista comandado por Roberto Micheletti, com o qual o Brasil não
tem relações diplomáticas, são
o bom senso e a cooperação dos
países aliados.
Apoio
Amorim deu as boas-vindas a
Zelaya e disse que a escolha da
embaixada brasileira reflete o
apoio que o país tem dado para
a volta do presidente deposto
ao poder -entre outras medidas, retirou o embaixador de
Tegucigalpa, suspendeu programas de cooperação bilateral
e acabou com a isenção de vistos para cidadãos hondurenhos
que pretendam visitar o Brasil.
Lembrou ainda que Zelaya foi
recebido por Lula no Brasil em
agosto e disse contar com uma
ação mais decisiva da OEA para
garantir o retorno ao poder.
O chanceler disse que o Brasil está disposto a auxiliar Zelaya no diálogo com o governo
golpista para que ele possa voltar ao poder.
Questionado sobre como Zelaya regressou ao país, Amorim
disse apenas que teve uma rápida conversa por telefone com
ele. "Perguntei pela saúde dele
e ele me disse que se encontrava bem, mas que naturalmente
foi uma caminhada difícil, por
montanhas." Indagado novamente sobre o assunto, desconversou: "Não sei se ele veio a pé
ou de carro, não tenho detalhes".
(JANAINA LAGE)
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