São Paulo, quarta-feira, 22 de setembro de 2010

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Obama perde mentor de pacote econômico

Larry Summers é considerado o arquiteto dos planos de ajuda que tiveram o objetivo de tirar os EUA da crise

Ex-chefe do Tesouro, ele afirma, em nota, que quer voltar a dar aulas em Harvard após deixar o posto, no fim do ano

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Larry Summers, um dos principais assessores econômicos de Barack Obama, anunciou ontem que deixará o cargo no final do ano, no que pode ser considerado um grande baque para o presidente norte-americano.
Obama luta para colocar a economia dos EUA de volta aos trilhos.
Em um comunicado, Summers, diretor do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca, afirmou que há tempos deseja voltar a lecionar na Universidade Harvard, e que Obama deve continuar buscando seus conselhos.
Ao deixar o cargo, ele deve passar a integrar o Conselho Consultivo de Recuperação Econômica, painel formado por especialistas de fora do governo e liderado pelo ex-presidente do Federal Reserve (banco central americano) Paul Volcker.
Ex-secretário do Tesouro americano e conhecido por sua franqueza, Summers levou seus anos de experiência para o cargo no governo.
No entanto, ele tem sido criticado por alguns membros mais liberais do Partido Democrata como sendo muito próximo do mercado financeiro.
Há relatos de choques entre os integrantes do time econômico do governo.
Summers será o terceiro funcionário econômico de alto escalão a deixar o governo Obama. Com sua saída, o secretário do Tesouro, Timothy Geithner, será o único membro sênior da equipe a continuar em seu cargo original.

HISTÓRICO
Sob a liderança de Summers, o conselho esteve no centro da política econômica do governo Obama.
Ele foi considerado arquiteto dos pacotes de ajuda à economia que tiveram o objetivo de tirar o país da maior crise econômica desde 1929.
A chamada Grande Recessão teve início em 2008 nos EUA e, depois, se espalhou pelo mundo.
Ele liderou ainda a restruturação da indústria automobilística americana.
Summers chegou a ser citado como possível candidato à presidência do Federal Reserve, mas Obama preferiu manter Ben Bernanke, originalmente indicado para o cargo pelo ex-presidente George W. Bush.
Nos corredores da Casa Branca, os que conhecem Summers diziam havia bastante tempo que ele provavelmente não iria ficar no cargo por mais de dois anos.
A movimentação na equipe de Obama ocorre em um momento em que analistas dizem que o presidente precisa sinalizar um novo curso para a economia, gerando confiança em sua liderança, em meio a previsões de que os democratas devem perder cadeiras no Congresso nas eleições de 2 de novembro.
Especula-se que o presidente possa escolher alguém de fora de seu governo para o cargo de Summers. Laura Tyson, que foi conselheira econômica de Bill Clinton, tem sido citada.


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