São Paulo, quarta-feira, 22 de setembro de 2010

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"Le Monde" diz que governo da França violou sigilo 5 vezes

Segundo jornal, serviço secreto investigou fonte de série de reportagens anti-Sarkozy

DE SÃO PAULO

O jornal francês "Le Monde" declarou, em ação apresentada à Justiça do país, ter sido vítima de pelo menos cinco crimes durante a cobertura do escândalo do grupo L'Oreal -que levantou suspeitas de corrupção sobre o governo do presidente Nicolas Sarkozy.
A ação foi levada na segunda-feira à Justiça pelos advogados do "Monde", mas apenas ontem o jornal divulgou trechos da denúncia.
A publicação alega ter sido vítima dos crimes de quebra do sigilo de fontes, coleta fraudulenta de dados pessoais e violação de segredos profissionais (com repasse de dados a terceiros).
Também constam na ação as acusações de violação de liberdade individual cometida por autoridade e interceptação ilegal de correspondências.
A ação foi aberta na modalidade "contra X" -uma opção do sistema judiciário francês na qual, apesar de suspeitar das identidades dos autores do crime, o "Monde" opta por não acusar uma pessoa ou entidade específica. O recurso é uma estratégia que pode dificultar a defesa do governo.

ESCÂNDALO
O escândalo trata de uma investigação judicial na qual o direitista Sarkozy é acusado de ter recebido doações supostamente ilegais da família Bettencourt, dona da multinacional de cosméticos L'Oreal.
O "Monde", de centro-esquerda, teve acesso a informações da investigação que sugerem envolvimento direto no caso do ministro do Trabalho, Eric Woerth.
Após a publicação da reportagem, o jornal acusou o governo de usar seu serviço de espionagem para identificar a fonte que passou as informações ao jornal. O governo nega as acusações.
Segundo o jornal, espiões quebraram o sigilo telefônico de um assessor penal do Ministério da Justiça identificado como David Sénat -que teria mantido conversas com o repórter do jornal. O "Monde" não confirmou se Sénat era a fonte das informações
A organização não governamental Repórteres Sem Fronteiras anunciou ontem que se juntará à causa do "Monde".


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