São Paulo, terça-feira, 22 de outubro de 2002

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GUERRA CIVIL

Caminhões levando membros das Farc foram bombardeados após ataque a aldeia indígena

Colômbia diz ter matado 70 guerrilheiros

DA REDAÇÃO

Guerrilheiros armados invadiram anteontem a aldeia indígena de Belalcázar (sudoeste da Colômbia), mataram três policiais e aterrorizaram os moradores, antes de serem atingidos por um contra-ataque aéreo, que teria deixado dezenas de rebeldes mortos, segundo as autoridades.
O ataque à aldeia deixou pelo menos três policiais, um civil e três rebeldes mortos. Outros cinco policiais também estavam desaparecidos. Dois caminhões que supostamente levavam guerrilheiros e explosivos após o ataque à vila foram atingidos por um bombardeiro da Força Aérea.
"A informação que a Força Aérea tem é que foram atingidos dois caminhões, cheios de guerrilheiros, e que pelo menos 70 guerrilheiros foram mortos", afirmou o coronel José Edgar Herrera, chefe da Polícia Nacional no Departamento de Valle del Cauca.
Segundo o coronel Herrera, o número exato de mortos será divulgado após uma investigação no local. Muitos corpos foram destroçados e outros estavam sendo recolhidos do local e levados para um necrotério.
Segundo testemunhas, o ataque começou anteontem, quando cerca de 300 guerrilheiros das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) dispararam morteiros contra a aldeia, danificando diversas casas e ferindo levemente alguns civis.
"A comunidade estava com muito medo, todos fomos nos esconder", disse a moradora Isabelina Tenório à rádio Caracol. A vila tem cerca de 20 mil habitantes.
Segundo o coronel Herrera, os rebeldes chegaram à aldeia e mataram no local dois policiais. O corpo de um terceiro policial foi encontrado fora da vila. Segundo a polícia, os rebeldes permaneceram mais de dez horas no local.
Testemunhas disseram que o Exército, com apoio de aviões e helicópteros, chegou ao local menos de meia hora depois.
Um porta-voz das comunidades indígenas assentadas na aldeia afirmou que o Exército prendeu um de seus membros que estava em um seminário perto do local onde houve os bombardeios aos guerrilheiros. O Exército não se pronunciou sobre o caso.
Se o total de mortes no bombardeio aos caminhões se confirmar, terá sido um dos mais fortes golpes contra a guerrilha desde a posse do presidente Álvaro Uribe, em agosto. Uribe foi eleito prometendo pulso firme contra os grupos armados ilegais. Nos últimos meses, o Exército anunciou dois ataques aéreos a acampamentos guerrilheiros, com saldos de mais de uma centena de mortos, mas o número nunca foi confirmado. A Colômbia vive há quatro décadas em guerra civil, com cerca de 40 mil mortes na última década.


Com agências internacionais


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