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IGREJA
Entre os 31 novos, dos quais 26 votarão no próximo papa, estão 3 africanos e 3 latino-americanos, incluindo 1 brasileiro
João Paulo 2º amplia Colégio de Cardeais
DA REDAÇÃO
O papa João Paulo 2º, depois de
uma série de eventos em comemoração dos 25 anos de seu pontificado, aumentou ontem em 31 o
número de cardeais da Igreja Católica. O brasileiro Eusébio Oscar
Scheid, arcebispo do Rio de Janeiro, faz parte desse novo grupo.
Os cardeais formam o conclave,
que define a escolha dos papas.
Dos 30 novos tornados públicos,
já que um é mantido em segredo,
geralmente por ser de um país
com perseguição religiosa, 26 poderão votar no sucessor de João
Paulo 2º. Os outros quatro não
poderão por ter 80 anos ou mais.
O pontífice definiu a presença
de religiosos de 22 países entre os
novos cardeais como reflexo "da
multiplicidade de raças e culturas
que caracteriza os cristãos".
Com as mãos trêmulas por causa do mal de Parkinson, o papa
contou com um assessor para ler
seu discurso e entregou nas mãos
de cada novo cardeal o barrete
(chapéu quadrangular) vermelho, em vez de tentar colocar na
cabeça deles. Apesar de sua aparência frágil, o papa sorriu na cerimônia. No grupo, misturam-se
conservadores e moderados.
Analistas não souberam precisar
como os novos cardeais influirão
na definição do próximo papa.
João Paulo 2º, aos 83 anos e incapaz de andar, se mostrou cansado e sem condições de completar
os discursos nos últimos eventos,
incluindo as comemorações dos
25 anos de papado e a beatificação
de Madre Teresa de Calcutá.
Os novos integrantes elevaram
para 135 o número de cardeais em
condições de votar e ser eleito no
conclave que definirá o próximo
papa. Desse total, só cinco não foram nomeados neste pontificado.
Um dos novos é o escocês Keith
O'Brien, arcebispo de Edimburgo, cujas posições sobre o celibato
clerical e a proibição do controle
da gravidez por métodos artificiais pareciam tirá-lo do páreo.
Há cardeais de países desenvolvidos e de outros em que a Igreja
Católica era perseguida, como o
Sudão e o Vietnã. África, Ásia e
América Latina têm três representantes cada. A Europa foi a região com mais escolhidos -18.
Fecham o grupo um americano,
um canadense e um australiano.
O húngaro Peter Erdo, 51, arcebispo de Budapeste, se tornou o
mais jovem entre os atuais 195
cardeais. O mais velho tem 100.
Para o cardeal belga Godfried
Danneels, arcebispo de Bruxelas e
um dos favoritos a suceder João
Paulo 2º, os novos membros e o
grupo que forma o conclave não
podem ser vistos como apêndices
do atual papa. "Acho que há um
bom balanço no Colégio de Cardeais, com todas as tendências."
John Allen, autor de "Conclave", acredita que os novos escolhidos se dividam em três grupos.
No maior, com dez, "o principal
interesse é a justiça social".
Com agências internacionais
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