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São Paulo, quarta-feira, 22 de outubro de 2003

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IGREJA

Entre os 31 novos, dos quais 26 votarão no próximo papa, estão 3 africanos e 3 latino-americanos, incluindo 1 brasileiro

João Paulo 2º amplia Colégio de Cardeais

DA REDAÇÃO

O papa João Paulo 2º, depois de uma série de eventos em comemoração dos 25 anos de seu pontificado, aumentou ontem em 31 o número de cardeais da Igreja Católica. O brasileiro Eusébio Oscar Scheid, arcebispo do Rio de Janeiro, faz parte desse novo grupo.
Os cardeais formam o conclave, que define a escolha dos papas. Dos 30 novos tornados públicos, já que um é mantido em segredo, geralmente por ser de um país com perseguição religiosa, 26 poderão votar no sucessor de João Paulo 2º. Os outros quatro não poderão por ter 80 anos ou mais.
O pontífice definiu a presença de religiosos de 22 países entre os novos cardeais como reflexo "da multiplicidade de raças e culturas que caracteriza os cristãos".
Com as mãos trêmulas por causa do mal de Parkinson, o papa contou com um assessor para ler seu discurso e entregou nas mãos de cada novo cardeal o barrete (chapéu quadrangular) vermelho, em vez de tentar colocar na cabeça deles. Apesar de sua aparência frágil, o papa sorriu na cerimônia. No grupo, misturam-se conservadores e moderados. Analistas não souberam precisar como os novos cardeais influirão na definição do próximo papa.
João Paulo 2º, aos 83 anos e incapaz de andar, se mostrou cansado e sem condições de completar os discursos nos últimos eventos, incluindo as comemorações dos 25 anos de papado e a beatificação de Madre Teresa de Calcutá.
Os novos integrantes elevaram para 135 o número de cardeais em condições de votar e ser eleito no conclave que definirá o próximo papa. Desse total, só cinco não foram nomeados neste pontificado.
Um dos novos é o escocês Keith O'Brien, arcebispo de Edimburgo, cujas posições sobre o celibato clerical e a proibição do controle da gravidez por métodos artificiais pareciam tirá-lo do páreo.
Há cardeais de países desenvolvidos e de outros em que a Igreja Católica era perseguida, como o Sudão e o Vietnã. África, Ásia e América Latina têm três representantes cada. A Europa foi a região com mais escolhidos -18. Fecham o grupo um americano, um canadense e um australiano.
O húngaro Peter Erdo, 51, arcebispo de Budapeste, se tornou o mais jovem entre os atuais 195 cardeais. O mais velho tem 100.
Para o cardeal belga Godfried Danneels, arcebispo de Bruxelas e um dos favoritos a suceder João Paulo 2º, os novos membros e o grupo que forma o conclave não podem ser vistos como apêndices do atual papa. "Acho que há um bom balanço no Colégio de Cardeais, com todas as tendências."
John Allen, autor de "Conclave", acredita que os novos escolhidos se dividam em três grupos. No maior, com dez, "o principal interesse é a justiça social".


Com agências internacionais

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