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Banco afirma que dívida é "irrevogável"
DA SUCURSAL DO RIO
Em resposta à decisão
do governo do Equador de
não pagar um empréstimo
de US$ 243 milhões, o
BNDES afirmou ontem
em nota que a dívida tem
"caráter irrevogável e irretratável. O não-pagamento implica inadimplência
do banco central devedor
com os demais bancos
centrais signatários do
convênio".
A instituição ressalta
que o empréstimo, assinado em 2000 e relacionado
à construção de uma hidrelétrica pela Odebrecht,
cumpriu "todas as exigências previstas pela legislação brasileira e equatoriana" e que a "legalidade e
exigibilidade das condições contratuais foram
atestadas em pareceres favoráveis da Procuradoria
Geral da República do
Equador e integralmente
autorizadas pelo Banco
Central da República do
Equador".
O banco ainda diz que,
"como instrumento do Estado Brasileiro, prestará
todo o apoio técnico necessário à legítima defesa
dos interesses nacionais".
O Equador é hoje o segundo país em destino de
exportações de bens e serviços financiadas pelo
BNDES, atrás da Argentina. Desde a década de 90,
as operações para o Equador somam US$ 692,8 milhões, e já foram financiadas exportações de bens e
serviços para obras de
abastecimento de água.
Segundo o banco, caso
Rafael Correa cumpra a
ameaça de não efetuar o
pagamento do empréstimo, será a primeira vez em
uma operação dessa natureza, e o Equador enfrentará restrições na obtenção de crédito com o Brasil
e outros países da região.
De acordo com Luiz Antonio Dantas, superintendente da área de Comércio
Exterior, o empréstimo
atual tem a garantia do seguro de crédito a exportação e possui um mitigador
de risco que é o CCR (Convênio de Pagamentos e
Créditos Recíprocos), uma
câmara de compensação
de crédito e débitos da Aladi (Associação Latino-Americana de Integração).
"Caso não pague, o governo do Equador se tornará inadimplente com o
governo brasileiro e os demais países membros da
Aladi", disse Dantas antes
de Correa ir à Corte Internacional de Arbitragem.
Linhas regionais
Segundo Ângela Carvalho, chefe de departamento na área de Exportação,
foi por meio do CCR que o
banco realizou operações
de financiamento de bens
e serviços para a Argentina
quando a crise no país vizinho estava no auge.
"Com o CCR foi possível
que o banco apoiasse um
plano emergencial de expansão dos gasodutos da
Argentina", diz ela.
Na América do Sul as
operações incluem 84 exportadoras. Os financiamentos para o Equador
envolveram 26 empresas.
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