São Paulo, segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

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Farc dizem que soltarão seis reféns

Grupo inclui três policiais, um militar, um ex-deputado e um ex-governador

Guerrilha, em profunda crise, diz que seqüestrados serão entregues a senadora Piedad Córdoba; ela pediu a participação de Chávez


DA REDAÇÃO

As Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) anunciaram ontem que libertarão unilateralmente seis reféns que mantêm em seu poder: o ex-governador do departamento de Meta Alan Jara, o ex-deputado Sigifriedo López e ainda três policiais e um militar cujos nomes não foram revelados.
De acordo com o comunicado da guerrilha divulgado na internet, a libertação ocorrerá em duas etapas, mas ainda não há data. Primeiro, serão os policiais e militares. Depois será a vez Jara, seqüestrado em 2001, e de Sigifriedo López, único sobrevivente entre os 12 deputados seqüestrados em Cali em 2002 -outros 11 foram mortos pela guerrilha. "Estou imensamente feliz", afirmou Claudia Rujeles, mulher de Jara.
A decisão, descrita pela guerrilha "como mostra de nossa boa vontade" pelo intercâmbio humanitário -a troca dos reféns por guerrilheiros presos-, ocorre num momento de grave crise nas Farc.
É a primeira libertação unilateral desde as feitas como desagravo ao presidente venezuelano, Hugo Chávez, no começo do ano, e as primeiras após reféns ganharem a liberdade por meio de uma ação militar (a exitosa e controversa que libertou Ingrid Betancourt em julho) ou por deserção de capatazes atraídos por recompensas.
Pelo sucesso das estratégias, o Bogotá menciona cada vez menos a possibilidade da troca humanitária e redobrou a aposta na pressão militar. No começo do mês, o presidente colombiano, Álvaro Uribe, chegou a advertir que as Farc anunciariam libertações para tentar angariar dividendos políticos.
No texto, a guerrilha informa que os reféns serão entregues à senadora opositora Piedad Córdoba, que também participou das libertações anteriores e é parte de um grupo de intelectuais que iniciou um troca de correspondência com as Farc neste semestre.
A uma rádio, Piedad disse que dificilmente os reféns serão soltos ainda neste ano. Ela afirmou que gostaria de ser acompanhada por Chávez, mas não o havia consultado ainda.
Contando os seis que devem ser libertados, são 28 os reféns "políticos" que as Farc desejam trocar pelos guerrilheiros. Mantém em seu poder mais de 500 seqüestrados por dinheiro.


Com agências internacionais


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