São Paulo, quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros "Aumento mais lento é devido à crise econômica" DE WASHINGTON Apesar de ter chegado só no final da década, a crise econômica que assolou os EUA é uma dos maiores responsáveis pela queda no crescimento populacional no país, afirma Lisa Neidert, pesquisadora sênior do Centro para Estudo de Populações da Universidade de Michigan. "O cenário não é dramático como na década de 1930, da Grande Depressão, mas as forças são parecidas -menos imigração e casais esperando para ter filhos quando a economia melhorar", afirmou Neidert à Folha. (AM)   Folha - Quais as principais razões para a desaceleração no crescimento? Lisa Neidert - Além da queda na taxa de natalidade, a imigração caiu. Entre 1990 e 2000, dois terços do crescimento eram devidos à imigração. Agora, é cerca de 40%. A fertilidade caiu um pouco. Era de cerca de 16 nascimentos por 1.000 habitantes nos anos 1990 e agora está em cerca de 14. A tendência está muito associada à crise de 2008. Mesmo a crise tendo chegado tão tarde no período examinado? Números que recebi mostram que a queda na taxa realmente está ligada à crise econômica. O crescimento continua positivo e não foi tão diferente da década de 1980 (quando a taxa era de 9,8%, contra 9,7% hoje). Estamos mais perto de 1990 do que de 1940. Mas a curva de crescimento desta década mostra fortemente que a queda ocorreu no final do período. A queda na taxa de natalidade não é coerente com a tendência natural de países desenvolvidos? Não. A Europa há algum tempo já tem fertilidade abaixo do necessário para repor a perda populacional. Aqui nos EUA, alguns Estados estão com fertilidade abaixo da taxa de reposição. Mas isso está um pouco inflado atualmente. Há muito adiamento acontecendo por causa do alto desemprego. Também houve na Grande Depressão e na Segunda Guerra, e depois todo mundo resolveu ter filhos. Foi o "baby boom" da década de 1940. E latinos continuam crescendo acima das taxas nacionais... Com certeza. Parte é devido à imigração, mas, além disso, é uma população jovem. Não é que os latinos estão tendo cinco, seis filhos, mas há muita gente em idade fértil. As pirâmides populacionais de alguns Estados (com muitos latinos), como o Texas, são parecidas com a de países em desenvolvimento, com a base grande e o topo estreito. Texto Anterior: Resultado deve reforçar atuação dos republicanos no Congresso Próximo Texto: Taleban retém ópio para influir em preços Índice | Comunicar Erros

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