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Novo presidente tem apoio inédito desde redemocratização do país
DO ENVIADO A LA PAZ
O novo presidente boliviano,
Evo Morales, chegou ontem ao
Palácio Quemado com um poder
político inédito para um chefe de
governo desde a redemocratização do país, em 1982.
Eleito ainda no primeiro turno,
com 53,7% dos votos -algo nunca antes ocorrido na história recente do país-, Morales conseguiu que o seu partido, o MAS
(Movimento ao Socialismo), levasse também os presidentes do
Senado e da Câmara -outra vitória sem precedentes-, com votos até de parte da oposição, mesmo sem um acordo político.
Os socialistas têm a maior bancada no Congresso, com 84 parlamentares. Em segundo lugar,
aparece o Podemos, do ex-presidente Jorge "Tuto" Quiroga, com
56 representantes.
A presidência do Senado, o terceiro cargo na linha sucessória
boliviana, será exercida por Santos Ramírez, um ex-professor de
origem quéchua.
A vitória de Morales e do MAS
ocorreu na eleição com o maior
comparecimento desde 1985:
84,51% dos eleitores foram às urnas em dezembro do ano passado. No pleito presidencial anterior, em 2002, votaram 72,06%
dos eleitores.
Opinião pública
O primeiro presidente indígena
da Bolívia começa seu mandato
com um amplo respaldo também
da opinião pública. Pesquisas divulgadas nos últimos dias mostram que cerca de 75% dos bolivianos apóiam o novo governo,
eleito no dia 18 de dezembro do
ano passado.
Analistas consideram a vitória
no primeiro turno um importante fator para a governabilidade do
país, que desde 2003 teve dois presidentes forçados a renunciar, em
parte devido a protestos sociais e a
dificuldades de consenso na legislatura anterior do Congresso
-em ambos os casos com a oposição ativa do MAS, tanto nas ruas
como no Parlamento.
Morales é o 66º presidente da
história da Bolívia, o 37º eleito democraticamente e o sexto desde
2000. Ele assumirá um país de 8,5
milhões de habitantes, considerado o mais pobre da América do
Sul, com aproximadamente 60%
de sua população vivendo na pobreza.
(FM)
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