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ENCONTRO HISTÓRICO
Em reunião, presidentes chileno e boliviano definiram reaproximação
Lagos e Morales querem diálogo
DO ENVIADO A LA PAZ
Em encontro classificado de
histórico pelos dois países, os
presidentes da Bolívia, Evo Morales, e do Chile, Ricardo Lagos,
comprometeram-se ontem com
um "diálogo sem exclusão".
Os dois países não mantêm relações diplomáticas formais há
mais de 25 anos. "Como começamos a fazer história, queremos continuar a fazer história,
buscar soluções mediante o diálogo", disse Morales após a reunião de 40 minutos.
Mais tarde, no discurso de
posse, o boliviano agradeceu a
presença de Lagos e disse que
"confiamos no povo chileno para encerrar uma inimizade entre
os vizinhos que não pode existir". Foi a primeira vez em 54
anos que um presidente do Chile participou da cerimônia de
posse de um colega boliviano.
Os dois países romperam as
relações diplomáticas por causa
de uma disputa territorial originada ainda no final do século 19,
quando a Bolívia perdeu o seu
acesso ao mar para o Chile, durante a Guerra do Pacífico
(1879-84).
Questionado sobre se haveria
uma negociação acerca da demanda boliviana de voltar a ter
acesso ao mar, Lagos disse, em
entrevista coletiva, que, "com o
presidente Morales, definimos a
agenda de aproximação sem exclusões e com realismo; que faça
os dois países avançar". Disse,
no entanto, que o tema do mar
tem de ser tratado sem barulho
e sem anúncios à imprensa.
A presença de Lagos na posse
foi de longe a mais destacada
pelos bolivianos, que mantêm
um forte ressentimento pela
perda do acesso ao mar e também pelo ótimo desempenho
econômico do Chile nos últimos
anos.
Quando entrou no Congresso,
vários bolivianos aplaudiram
Lagos, enquanto outros gritaram "mar para a Bolívia". Lagos
parou na entrada e acenou sorrindo para a multidão.
Parte dos protestos de outubro de 2003 na Bolívia, que derrubaram o presidente Gonzalo
Sánchez de Lozada, teve início
devido aos planos do governo
da época de exportar o gás boliviano via Chile.
(FM)
Com agências internacionais
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