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São Paulo, domingo, 23 de março de 2003

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"CHOQUE E PAVOR"

50 pessoas teriam sido mortas nos bombardeios à cidade, segundo a TV Al Jazeera

Coalizão assegura passagem por Basra

DA REDAÇÃO

Após a devastadora ofensiva aérea contra Bagdá, forças americanas e britânicas tomaram os acessos à cidade de Basra, a segunda mais importante do Iraque, assegurando a passagem das tropas que avançam em direção a Bagdá.
O chanceler do Iraque, Naji Sabri, afirmou que iraquianos derrubaram um avião americano na periferia de Bagdá. "Hoje [ontem], vindo de Bagdá, ouvimos explosões em um dos subúrbios da cidade, olhamos para o céu e vimos cair um avião americano", disse Sabri, que acabara de chegar a Damasco. O EUA negam.
O Pentágono anunciou que a coalizão assumiu Nassiriah, 320 km distante da capital. Mais tarde, a TV estatal iraquiana relatou confrontos na cidade de Najaf, 160 km ao sul de Bagdá. Ainda segundo a rede, Naief Shedakh, líder do Baath, partido de Saddam Hussein, teria morrido nos choques com forças da coalizão.
De acordo com a TV Al Jazeera, 50 pessoas morreram nos bombardeios a Basra. O número teria sido obtido nos hospitais locais.
Quatro americanos que participavam de missão de reconhecimento foram mortos no centro do país, quando os veículos em que viajavam foram atingidos por foguetes, segundo a TV Sky News. Até agora na guerra, seis americanos morreram por fogo inimigo.
Pela primeira vez desde quinta, início do conflito, Bagdá foi bombardeada durante o dia. Um dos objetivos seria um quartel da Guarda Republicana. No bombardeio de anteontem teriam sido destruídos pelo menos 20 edifícios oficiais e dois palácios. O ministro de Informação do Iraque, Mohammed Saeed al Sahhaf, sustentou que essa investida deixou 207 feridos e 3 mortos entre a população civil. O número de feridos em três dias somaria 250.
No cerco a Basra, aviões bombardearam tanques do Iraque que tentavam guarnecer pontes que davam acesso à cidade, de 1,5 milhão de habitantes. Para tentar conter o movimento dos aliados, os iraquianos responderam com artilharia, mas sofreram novos ataques, desta vez de bombas lançadas de helicópteros.
Segundo oficiais britânicos, a coalizão "consolidava suas posições em torno de Basra", enquanto tentava negociar uma rendição "pacífica" dos adversários.
Focos de resistência também ocorreram ontem no porto de Umm Qasr, um dia depois de os EUA terem anunciado que tinham controlado a cidade. Dezenas de iraquianos se entregaram.
Os bombardeios alcançaram ainda uma base militar iraquiana em Kirkuk e um palácio de Saddam em Mossul (norte do país).
Cerca de 50 mísseis americanos teriam sido lançados no Curdistão iraquiano (norte) contra posições do Ansar al-Islam, grupo ligado à Al Qaeda. Um integrante do grupo moderado Movimento Islâmico do Curdistão disse que o ataque matou ao menos 45.


Com agências internacionais


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