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São Paulo, domingo, 23 de março de 2003

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Número de rendições é de 2.000, diz general

DA REDAÇÃO

O general Tommy Franks, comandante das forças dos EUA no golfo Pérsico, afirmou que até 2.000 iraquianos se renderam nas imediações de Basra, no sul do Iraque. Anteontem, o Pentágono havia anunciado a rendição de 8.000 soldados, toda uma divisão de infantaria, nessa região.
"Temos prisioneiros de guerra inimigos, cujo número oscila entre mil e 2.000, sob a nossa custódia", declarou Franks. O novo número foi confirmado em Washington, por Stanley McChrystal, diretor de operações do Departamento de Estado dos EUA.
McChrystal e Franks apresentaram a mesma justificativa para a mudança do número: milhares de homens não se renderam, mas desistiram de lutar e foram para casa. "Não houve rendição em massa", declarou McChrystal.
McChrystal acrescentou que, até o momento, nenhuma arma de destruição em massa foi encontrada pelas forças anglo-americanas que entraram no Iraque.
Em sua primeira entrevista à imprensa desde o início da guerra, Franks afirmou que a campanha militar no Iraque será como "nenhuma outra na história".
No quartel-general das forças norte-americanas, no Qatar, Franks disse que o ataque ao Iraque envolve "choque, surpresa e flexibilidade", com o uso de força "avassaladora" e munição em uma "escala jamais vista".

Paradeiro incerto
O general admitiu desconhecer o paradeiro de Saddam Hussein. "Não tenho idéia do lugar onde ele se encontra", afirmou Franks. "Não sei se ele está vivo ou se está morto", acrescentou, ao responder às perguntas sobre informações não confirmadas de que o ditador iraquiano teria sido atingido por um dos bombardeios e que estaria morto ou ferido.
Franks, no entanto, minimizou a importância do destino do ditador iraquiano, afirmando que a operação liderada pelos EUA tem como objetivo a derrocada de todo o regime. "Não se trata dessa personalidade [Saddam], se trata de um regime", disse.
O comandante norte-americano declarou estar satisfeito com a operação militar realizada até agora. "Estamos cumprindo os planos previstos. Estou satisfeito", afirmou, acrescentando que as forças lideradas pelos EUA estão avançando em torno da capital iraquiana.
"A operação se desenrola no norte, no oeste, no sul e em torno de Bagdá", completou.
De acordo com Franks, a ofensiva da coalizão levou um quarto do tempo para percorrer a mesma distância da maior ofensiva terrestre realizada durante Guerra do Golfo, em 1991.
O general acrescentou que a operação no Iraque é "uma guerra de libertação, não de ocupação". Franks assegurou que as forças britânicas e norte-americanas que estão cercando a cidade de Basra (sul) não entrarão na cidade. "Não pensamos em atravessar Basra e criar confrontações na cidade", afirmou.


Com agências internacionais


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