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São Paulo, domingo, 23 de março de 2003

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Para Bush, só o "uso decisivo" da da força poderá encurtar a guerra

FERNANDO CANZIAN
DE WASHINGTON

O presidente dos EUA, George W. Bush, disse, em programa de rádio levado ao ar ontem, que apenas o "uso decisivo" da força poderá encurtar a guerra contra o Iraque. "Esta não será uma campanha de meias medidas. Devido às dificuldades do terreno e dimensões [do Iraque], pode ser mais longa do que alguns previram. Nesta guerra, o mundo conhecerá nossa força militar e o valor de nossa moral", disse Bush.
Para ele, "o futuro da paz e a esperança do povo do Iraque dependem das forças" americanas.
Comentando os ataques de sexta, Bush: "Quero dizer a todos os americanos e ao mundo que as forças da coalizão farão o possível para poupar vidas inocentes".
Para se contrapor às eventuais críticas contra a intensidade dos ataques, Bush vem repetindo diariamente que a guerra é uma "ação de libertação do oprimido povo do Iraque" e que visa a "desarmar o Iraque de armas de destruição em massa".
Internamente, o presidente conta com o apoio de quase dois terços dos americanos, segundo três pesquisas de opinião divulgadas anteontem -antes, portanto, de terem sido mostradas imagens na TV dos pesados ataques contra Bagdá e das notícias das primeiras baixas em combate de soldados americanos.
Entre o público democrata, há uma divisão ao meio entre os que apóiam e os que condenam os ataques ao Iraque.
Ontem pela manhã, Bush reuniu-se em Camp David com seus secretários da Defesa, Donald Rumsfeld, de Estado, Colin Powell, com a assessora de Segurança Nacional, Condoleezza Rice, e com o diretor da CIA (o serviço secreto dos EUA), George Tenet.
A ida do presidente a Camp David também teve o objetivo de evitar possíveis protestos em Washington no primeiro final de semana após o início da guerra.

Rotina
Desde o início dos ataques contra o Iraque, Bush vem tentando mostrar tranquilidade e manter a mesma rotina de exercícios físicos diários, de dormir e acordar cedo e de fazer reuniões com seus principais assessores.
Na sexta, cercado por assessores durante sessão de fotos na Casa Branca, foi questionado por um fotógrafo sobre como estava avaliando o andamento da guerra. "Você deveria estar no Pentágono para ter a resposta a essa pergunta", foi a resposta de Bush.
Mas a grande pergunta ainda sem resposta no gabinete de Bush continua sendo se o ataque que deu início à guerra, na quarta-feira à noite, atingiu Saddam Hussein e seus filhos em um bunker.
Senadores que estiveram reunidos com Rumsfeld no Pentágono na sexta foram informados de que os militares têm certeza de que o bunker foi atingido por mísseis, mas que não havia certeza sobre o paradeiro de Saddam.
"Os militares estão seguros de que o bunker foi bastante atingido e não houve mais sinais de comunicação a partir de lá depois dos ataques", disse o senador Bailey Hutchison, republicano do Texas, que participou da reunião.


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