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São Paulo, domingo, 23 de março de 2003

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PACIFISMO

Ativistas exigem o fim do conflito contra o Iraque em cidades na Europa, na Ásia e na Oceania

Protestos reúnem 1 milhão de europeus

Lluis Gene/France Presse
Cerca de 800 mil pessoas foram às ruas em Barcelona; na capital, Madri, policiais dispersaram protestos com balas de borracha


DA REDAÇÃO

Mais de 1 milhão de pessoas saíram às ruas na Europa ontem para protestar contra a guerra ao Iraque. As manifestações foram menores do que as que levaram milhões às ruas em 15 de fevereiro, mas impressionam por terem ocorrido pelo terceiro dia consecutivo em três dias de ataques.
Um dos principais atos aconteceu em Londres. O Reino Unido enviou cerca de 40 mil militares para lutar ao lado dos EUA no Iraque. Segundo a polícia, 200 mil pessoas marcharam pela paz na capital britânica. De acordo com os organizadores, havia 500 mil manifestantes. No mês passado, um ato pacifista em Londres reuniu ao menos 750 mil pessoas.
Na Espanha, onde o governo do premiê José María Aznar está sendo fortemente criticado pelo apoio aos EUA, a polícia usou pelo segundo dia consecutivo balas de borracha e cassetetes para dispersar atos antiguerra, que reuniram mais de 600 mil pessoas.
Em Barcelona, a prefeitura afirmou que 500 mil pessoas foram às ruas. Segundo os organizadores, 1 milhão compareceu. Em Madri, até 100 mil manifestaram-se pedindo a renúncia do governo espanhol. Protestos em outras cidades atraíram dezenas de milhares.
A polícia impediu manifestações em frente ao Parlamento. "Não é permitido interromper ruas e avenidas em nome da paz e da tolerância", disse o ministro do Interior, Angel Acebes.
Na Itália, outro país em que a população é contra a guerra, mas cujo governo se posicionou ao lado dos EUA, manifestantes quebraram vitrines de lojas em Milão, depredaram 18 postos de gasolina em Roma e jogaram tinta vermelha no Consulado do Reino Unido em Veneza, no terceiro dia consecutivo de protestos.
Dezenas de milhares de pessoas marcharam em passeatas contra a guerra em Roma, Florença, Milão e outras cidades. Em Nápoles, milhares de jovens caminharam em direção a uma base militar da Otan (aliança militar ocidental -liderada pelos EUA).
Em Paris, cerca de 90 mil pessoas compareceram a um ato contra a guerra. A França é um dos principais críticos da política dos EUA em relação ao Iraque.
Na Alemanha, cerca de 40 mil participaram de protestos em Berlim. Também houve atos em outras cidades. O chanceler (premiê) Gerhard Schröder se opõe ao uso da força contra Bagdá.

Japão e Austrália
No Japão, centenas de pessoas exigiram que o país se posicionasse contra o conflito. Embora não esteja participando diretamente, o governo anunciou, após o começo dos ataques, que compreendia as razões dos EUA.
Na Austrália, que enviou soldados para ajudar os EUA, atos pacifistas devem ocorrer em Sydney e outras cidades hoje. Ontem, 3.000 marcharam com máscaras de gás e faixas pretas nos braços em Brisbane. Na Nova Zelândia, 4.000 pessoas protestaram diante da Embaixada dos EUA em Wellington e milhares em Auckland.

Com agências internacionais


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