São Paulo, terça-feira, 23 de março de 2010

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Sarkozy muda o ministério após derrota em eleições

Alteração no gabinete atinge pastas de Trabalho, Orçamento e Solidariedade

Resultado de pleito regional de domingo é tido como sinal de rejeição às reformas sociais e econômicas do atual governo francês


DA REUTERS

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, anunciou ontem algumas mudanças em seu gabinete, numa tentativa de reagir à derrota do partido governista UMP (União por um Movimento Popular, direita) no segundo turno das eleições regionais ocorrido no domingo.
O pleito, última consulta popular antes da eleição presidencial de 2012, evidenciou a rejeição dos projetos de reformas sociais e econômicas do governo Sarkozy e fortaleceu as duas correntes oposicionistas -a esquerda, reunida em torno de uma ampla coalizão, e a extrema direita xenófoba.
O principal integrante do gabinete a perder o cargo foi um dos articuladores da reforma das aposentadorias, o ministro do Trabalho Xavier Darcos. Ele será substituído por Eric Woerth, até então titular da pasta de Orçamento, e que assumirá também o ministério da Função Pública (servidores). O novo ministro do Orçamento é François Baroin, aliado do ex-presidente Jacques Chirac.
Além do desgaste causado por meses de tensas negociações com sindicatos, Darcos perdeu legitimidade por não conseguir nem sequer se eleger no seu reduto, a região de Aquitaine (sudoeste) -na França políticos podem acumular cargos locais e nacionais.
Todos os 20 membros do gabinete que disputaram o pleito acabaram derrotados.
Também foi demitido Martin Hirsch, alto comissário das Solidariedades Ativas, símbolo dos acenos à esquerda no governo Sarkozy. No lugar de Hirsch assume Marc-Philippe Daubresse, deputado e secretário-geral adjunto do UMP.
O bloco do UMP venceu em apenas 3 das 26 regiões francesas, recebendo 35,5% dos votos, contra 53,8% dos socialistas e aliados. A ultradireitista Frente Nacional ficou acima dos 22% em seus redutos tradicionais. A participação foi de 51%.
Apesar da derrota, o governo afirmou que manterá planos de reforma para atender a necessidade de impulsionar a economia, que recuou 2,1 % em 2009.


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