São Paulo, quarta-feira, 23 de março de 2011

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FOCO

Peronistas lançam "vinho político" em ano de eleição

LUCAS FERRAZ DE BUENOS AIRES

Um vinho exclusivamente peronista, bom e a preço popular era o que faltava à Argentina, segundo os irmãos Ditsch, responsáveis por lançar o "El Justicialista", um vinho tinto de corte batizado com o nome do partido criado por Juan Domingo Perón.
Peronista ou kirchnerista, já que são os Kirchner quem controlam o partido desde 2003 -primeiro com Néstor, morto no ano passado, e agora com sua mulher, a presidente Cristina.
A bebida foi lançada num ano eleitoral com um claro objetivo político.
"É um vinho político, não comercial", disse à Folha Herbert Ditsch, responsável pela bebida junto com o irmão, o artista plástico Helmut Ditsch. Produtores de duas outras linhas de vinho em Mendoza, os irmãos são próximos da Casa Rosada.
"A ideia é que seja um produto acessível, símbolo de todo peronista", comentou. Nos supermercados, a bebida será vendida por 17,10 pesos (cerca de R$ 7).
O preço faz referência ao "dia da lealdade", como ficou conhecido o movimento em Buenos Aires, no dia 17 de outubro de 1945, que pediu a liberdade de Perón, detido à época -no ano seguinte, em 1946, ele assumiu a Presidência do país.
"Se a inflação permitir, vamos manter esse preço", afirmou Herbert. Ele garante que não há subsídio do Estado no empreendimento.
Na última quinta-feira, no "Perón, Perón", um restaurante novo em Buenos Aires que virou ponto de encontro de kirchneristas, houve o lançamento da bebida. Alguns ministros apareceram.
Amado Boudou, da Economia, sonhou com o vinho "nacional e popular", cuja garrafa é ilustrada com os rostos de Evita e Perón, rodando o mundo.
Julián Domínguez, da Agricultura, outro ministro presente à festa, comparou o vinho com os sangues de Cristo ("que deu a vida pela humanidade") e de Néstor Kirchner ("que deu a vida pela política").


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