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Versão local do Bolsa Família e casa popular ajudam governo
DO ENVIADO A JOHANNESBURGO
A estratégia do CNA de manter o apoio das massas guarda
semelhanças com a do presidente Luiz Inácio Lula da Silva
no Brasil. Uma versão local do
Bolsa Família é hoje uma das
principais razões do voto no
partido governista.
Numa população de 50 milhões, cerca de 12 milhões
(24%) recebem pagamentos
mensais do governo para subsistir. Homens com mais de 63
anos e mulheres acima de 60
recebem pagamentos mensais
de 960 rands (R$ 240). Famílias com crianças até 14 anos recebem 240 rands mensais (R$
60) por filho.
Em 15 anos desde o fim do
apartheid, a desigualdade social aumentou e a expectativa
de vida caiu, puxada para baixo
pela maior epidemia de Aids do
mundo e violência urbana.
A criação dessa rede de proteção social, ao lado da construção de cerca de 3 milhões de casas, é apontada, inclusive por
críticos do governo, como um
sucesso indiscutível do CNA.
A pressão agora é para universalizar a bolsa, concedendo
um montante fixo para todos os
sul-africanos, num modelo parecido com a renda mínima
proposta no Brasil pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP).
Uma dos maiores entusiastas
da ideia da "bolsa de renda básica" é a Cosatu, a principal central sindical do país e aliada histórica do CNA. A central lidera
um fórum englobando igrejas e
ONGs que pressiona o governo
a ampliar o programa. "Há uma
lacuna dos adultos sem filho,
que ficam sem nenhum tipo de
proteção social", afirma Patrick
Craven, da Cosatu.
O governo argumenta que o
auxílio para todos criaria dependência. "Mas estamos falando de uma renda bem menor do que um salário. E que ajudaria pessoas a tomar um
ônibus para procurar emprego", afirma Craven.
(FZ)
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