São Paulo, quinta-feira, 23 de abril de 2009

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Versão local do Bolsa Família e casa popular ajudam governo

DO ENVIADO A JOHANNESBURGO

A estratégia do CNA de manter o apoio das massas guarda semelhanças com a do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Brasil. Uma versão local do Bolsa Família é hoje uma das principais razões do voto no partido governista.
Numa população de 50 milhões, cerca de 12 milhões (24%) recebem pagamentos mensais do governo para subsistir. Homens com mais de 63 anos e mulheres acima de 60 recebem pagamentos mensais de 960 rands (R$ 240). Famílias com crianças até 14 anos recebem 240 rands mensais (R$ 60) por filho.
Em 15 anos desde o fim do apartheid, a desigualdade social aumentou e a expectativa de vida caiu, puxada para baixo pela maior epidemia de Aids do mundo e violência urbana.
A criação dessa rede de proteção social, ao lado da construção de cerca de 3 milhões de casas, é apontada, inclusive por críticos do governo, como um sucesso indiscutível do CNA.
A pressão agora é para universalizar a bolsa, concedendo um montante fixo para todos os sul-africanos, num modelo parecido com a renda mínima proposta no Brasil pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP).
Uma dos maiores entusiastas da ideia da "bolsa de renda básica" é a Cosatu, a principal central sindical do país e aliada histórica do CNA. A central lidera um fórum englobando igrejas e ONGs que pressiona o governo a ampliar o programa. "Há uma lacuna dos adultos sem filho, que ficam sem nenhum tipo de proteção social", afirma Patrick Craven, da Cosatu.
O governo argumenta que o auxílio para todos criaria dependência. "Mas estamos falando de uma renda bem menor do que um salário. E que ajudaria pessoas a tomar um ônibus para procurar emprego", afirma Craven. (FZ)


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