São Paulo, quinta-feira, 23 de maio de 2002

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Sharon vence, mas tem base reduzida

DA REDAÇÃO

O premiê de Israel, Ariel Sharon, deve ter de governar com maioria apertada no Parlamento, após os partidos judeus ortodoxos Shas e Judaísmo Unido da Torá (JUT) terem novamente se negado a apoiá-lo, ontem, na votação de um pacote econômico.
Apesar do "racha", que abriu uma crise na coalizão que pode precipitar novas eleições no país, o governo obteve a aprovação em primeira leitura, por 65 votos a 26, das medidas destinadas a reduzir US$ 2,7 bilhões em gastos e fazer frente aos problemas econômicos agravados pelo conflito com os palestinos.
Sharon demitiu ministros e vice-ministros dos dois partidos religiosos que o sustentavam na segunda-feira, após a sua negativa em votar a favor do pacote.
Com isso, o premiê, que contava com o voto de 82 dos 120 parlamentares, tem agora apenas 60.
"A ruptura com esses partidos é definitiva. O assunto está encerrado", disse ontem Sharon.
Assessores do premiê negociam a entrada de novos partidos na coalizão, como o Shinui (direita laica, seis deputados). A permanência do premiê no cargo passa agora a depender do Partido Trabalhista (centro-esquerda, 24 deputados), maior bloco do governo, seguido pelo Likud de Sharon (19). Os trabalhistas divergem de grande parte das políticas de Sharon. Poderiam retirar seu apoio se acharem que têm chances de voltar ao poder pelas urnas.
Isso parece um sonho distante para eles no momento, segundo pesquisa publicada pelo diário "Yediot Ahronot". Se as eleições fossem realizadas hoje, Sharon contaria com 50% dos votos, contra 18% do ex-premiê Binyamin Netanyahu, que tenta roubar dele a liderança do partido Likud. O trabalhista com maior apoio é Chaim Ramon, com 15%.
Segundo alguns analistas, Sharon poderia ter planos de provocar eleições agora para aproveitar o momento político favorável. Mas alguns de seus aliados dizem ainda ser possível uma reconciliação com o Shas, terceira maior força política, com 17 cadeiras.


Com agências internacionais


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