São Paulo, quinta-feira, 23 de maio de 2002

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GUERRA SEM LIMITES

Líder iraniano ataca moderados

Acusado de apoiar terrorismo, Irã suspende todo diálogo com EUA

DA REDAÇÃO

O relatório anual do Departamento de Estado dos EUA sobre terrorismo divulgado anteontem provocou reações fortes dos acusados. O líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, suspendeu todos os canais de diálogo entre Teerã e Washington e disse a uma rádio que "relações com os EUA são traição ou estupidez".
Para os americanos, o Irã é o principal Estado a patrocinar o terrorismo internacional. Os iranianos dariam dinheiro, treinamento, bases e armas para o Hizbollah, grupo extremista islâmico que atua no Líbano, e para grupos extremistas palestinos.
A reação de Khamenei tinha um endereço interno certo: o presidente Mohammad Khatami, que é a favor do diálogo com Washington. O relatório americano é elogioso em relação aos reformistas e diz que membros da linha moderada iraniana trabalham para diminuir a participação do país em atividades terroristas.
"Os EUA, que apóiam os atos de terrorismo estatal de Israel -atos que merecem ser julgados num tribunal para crimes de guerra-, não têm o direito de acusar governos populares de terrorismo", disse Sabah Zanganeh, conselheiro da Chancelaria do Irã.
O Iraque também atacou Washington: "Os EUA ignoram que sua política externa é o mais ativo elemento a contribuir com o terrorismo", disse o jornal oficial "Al Thawra".

Cuba
Além de Irã e Iraque, Síria, Líbia, Sudão, Cuba e Coréia do Norte foram citados na lista de apoiadores do terrorismo no mundo.
O jornal "Granma", porta-voz oficial do governo cubano, disse que a "arbitrária inclusão de Cuba na lista" e as últimas declarações duras de Bush objetivam "amansar" os cubano-americanos e fazer com que outros cidadãos americanos passem a temer a nação caribenha.
Em Trípoli, capital da Líbia, o porta-voz da Chancelaria, Hassouna al-Shawish, disse que o país nunca apoiou o terrorismo: "Na verdade, foi uma vítima proeminente dele".
"Apesar da grande cooperação que o Sudão tem mostrado na tentativa de construir uma confiança mútua com os americanos, nosso país continua na lista de apoiadores do terrorismo", lamentou Gotbi Mahdi, assessor do presidente sudanês, Omar Bashir.


Com agências internacionais


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