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GUERRA SEM LIMITES
Medida que complicou o trânsito foi tomada por causa de pacote suspeito; policiamento foi reforçado
Falso alarme em Nova York fecha ponte do Brooklin
SÉRGIO DÁVILA
DE NOVA YORK
A ponte do Brooklyn, um dos
principais elos de ligação da ilha
de Manhattan com o continente,
foi fechada na manhã de ontem,
poucas horas depois de o FBI (polícia federal dos EUA) ter anunciado que Nova York poderia ser
alvo de novos ataques terroristas,
que visariam principalmente monumentos da cidade como a Estátua da Liberdade. O alarme, no
entanto, era falso.
O tráfego foi interrompido por
uma hora depois de a polícia ter
encontrado um pacote suspeito,
que depois verificou se tratar de
uma marmita. A segurança continuou reforçada durante o resto
do dia, tanto nas pontes e túneis
quanto nos principais pontos turísticos e de concentração de público, como as estações de metrô.
O aviso do FBI de terça-feira citava "ameaças gerais", a partir de
informações que teriam sido obtidas com membros da rede terrorista Al Qaeda e do governo afegão deposto do Taleban detidos
na base militar americana de
Guantânamo, em Cuba. A reação
de parte da população ontem
misturava descrédito e raiva.
"Não vejo a possibilidade de um
atentado", disse Frank Rios, que
trabalha nas balsas que ligam o sul
de Manhattan à Liberty Island,
onde fica a Estátua da Liberdade.
"Todo o mundo está ficando estressado sobre o alerta, mas acho
que a segurança da cidade está
funcionando direito."
O monumento, um dos alvos citados, continua fechado ao público desde o ataque de 11 de setembro, mas o acesso à ilha em que está localizada ocorria normalmente ontem. A diferença é que os turistas eram revistados e tinham de
passar bolsas e sacolas pelo raio-x
antes de subir ao barco.
"Eu não estou assustada", disse
Xalya Graves, que passeava no
Bryant Park, atrás da Biblioteca
Pública, no centro de Manhattan.
"Estou com raiva, porque eles não
abrem o jogo nem são específicos
com a gente." Concordava Jeffrey
Thaler, ex-funcionário do World
Trade Center: "Eles avisam para
se livrarem da responsabilidade
se depois acontecer algo".
Tal sentimento causou reação
tanto do atual prefeito da cidade,
Michael Bloomberg, quanto o "de
honra", que comandou Nova
York durante a crise do ano passado, Rudolph Giuliani. "Se notar
algo, chame a polícia. Enquanto
isso, saia para passear, pois quanto mais gente nas ruas menor a
possibilidade de um ataque", disse Bloomberg. "Não vou desviar
meu caminho só para evitar a
ponte", afirmou Giuliani. Pouco
antes, porém, o ex-prefeito havia
dito que os EUA deveriam se preparar "para o pior" e que 11 de setembro tinha servido para abrir
os olhos: "Pessoas nos odeiam
apenas por sermos americanos".
Bin Laden
Rumores de que o terrorista
saudita Osama Bin Laden, que
reivindicou os ataques de 11 de setembro, teria sido preso por tropas dos EUA circularam ontem
em Nova York, causando alta na
Bolsa de Valores. O governo negou o boato.
Já o tablóide "The Daily News"
disse ontem que o egípcio Mohammed Atta, considerado pelo
governo dos EUA como o líder
dos 19 sequestradores dos aviões
em 11 de setembro, teria estado
em Nova York nos dias 9 e 10 de
setembro e visitado uma das torres do World Trade Center para
rechecar dados de navegação. O FBI não confirmou a informação.
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