São Paulo, quarta-feira, 23 de maio de 2007

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EUA atacam vantagem comercial chinesa

Delegações dos dois países discutem em Washington; americanos têm déficit com a China de US$ 232 bi

Gerald Herbert/Associated Press
Paulson, secretário do Tesouro, recebe a vice-premiê Wu Yi<


DA REDAÇÃO

Estados Unidos e China iniciaram ontem em Washington dois dias de uma rodada de negociações comerciais, com os americanos pressionando o governo chinês pela diminuição do déficit de US$ 232,5 bilhões que registraram nas transações entre os dois países em 2006.
A chefe da delegação chinesa, a vice-primeira-ministra Wu Yi, afirmou que "não devemos culpar uns aos outros por nossos problemas domésticos". Disse que os dois países deveriam "se opor com firmeza ao protecionismo comercial" e que a politização das relações econômicas seria "absolutamente inaceitável".
O secretário do Tesouro americano, Henry Paulson, afirmara pouco antes que, "infelizmente, cresce nos Estados Unidos o sentimento, justificado ou não, de que a China representa o oposto da verdadeira concorrência globalizada".
O Congresso dos EUA também pressiona contra a supremacia comercial chinesa, acusando aquele país de operar no mercado com uma moeda artificialmente desvalorizada em até 40% e de dificultar os investimentos diretos estrangeiros.
Um estudo parlamentar afirma que, desde 2000, os chineses foram responsáveis pela supressão de um entre seis empregos na indústria americana.
A resposta chinesa foi por enquanto modesta. Anunciou que um grupo de dirigentes visitaria duas dezenas de Estados americanos, com a intenção de comprar produtos e tecnologia no valor de US$ 30 bilhões.
Wu Li deverá ser recebida depois de amanhã por Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Deputados, e também pelo presidente George W. Bush.
Henry Kissinger, ex-secretário de Estado, responsável nos anos 70 pelo reatamento das relações diplomáticas com a China, disse como convidado, no início do encontro, que "o país mais industrializado e o país com a mais rápida taxa de crescimento do planeta têm uma única oportunidade para dar ao resto do mundo o exemplo de cooperação e visão".

Produtos alimentícios
A reputação chinesa está machucada no mercado americano depois que a importação de ração canina feita com trigo tratado quimicamente provocou a morte de um número desconhecido de cães domésticos.
Dois ministros americanos, o da Agricultura, Mike Johanns, e o da Saúde e Serviços Humanos, Michael Leavitt, levantaram a questão em reunião preliminar com a delegação chinesa. O secretário (ministro) do Comércio, Carlos Gutierrez, disse que os chineses não ignoram o quanto a questão é delicada para os americanos.
Washington também acompanha as investigações de autoridades chinesas sobre a origem de pastas de dente contaminadas, exportadas para a República Dominicana, Panamá e Austrália, sem fazer mortos.
Recentemente, um produto de origem chinesa indevidamente etiquetado entrou na fabricação de um medicamento contra a gripe, matando uma centena de pessoas no Panamá.


Com agências internacionais


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