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EUA atacam vantagem comercial chinesa
Delegações dos dois países discutem em Washington; americanos têm déficit com a China de US$ 232 bi
Gerald Herbert/Associated Press
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Paulson, secretário do Tesouro, recebe a vice-premiê Wu Yi< |
DA REDAÇÃO
Estados Unidos e China iniciaram ontem em Washington
dois dias de uma rodada de negociações comerciais, com os
americanos pressionando o governo chinês pela diminuição
do déficit de US$ 232,5 bilhões
que registraram nas transações
entre os dois países em 2006.
A chefe da delegação chinesa,
a vice-primeira-ministra Wu
Yi, afirmou que "não devemos
culpar uns aos outros por nossos problemas domésticos".
Disse que os dois países deveriam "se opor com firmeza ao
protecionismo comercial" e
que a politização das relações
econômicas seria "absolutamente inaceitável".
O secretário do Tesouro
americano, Henry Paulson,
afirmara pouco antes que, "infelizmente, cresce nos Estados
Unidos o sentimento, justificado ou não, de que a China representa o oposto da verdadeira concorrência globalizada".
O Congresso dos EUA também pressiona contra a supremacia comercial chinesa, acusando aquele país de operar no
mercado com uma moeda artificialmente desvalorizada em
até 40% e de dificultar os investimentos diretos estrangeiros.
Um estudo parlamentar afirma que, desde 2000, os chineses foram responsáveis pela supressão de um entre seis empregos na indústria americana.
A resposta chinesa foi por enquanto modesta. Anunciou que
um grupo de dirigentes visitaria duas dezenas de Estados
americanos, com a intenção de
comprar produtos e tecnologia
no valor de US$ 30 bilhões.
Wu Li deverá ser recebida
depois de amanhã por Nancy
Pelosi, presidente da Câmara
dos Deputados, e também pelo
presidente George W. Bush.
Henry Kissinger, ex-secretário de Estado, responsável nos
anos 70 pelo reatamento das
relações diplomáticas com a
China, disse como convidado,
no início do encontro, que "o
país mais industrializado e o
país com a mais rápida taxa de
crescimento do planeta têm
uma única oportunidade para
dar ao resto do mundo o exemplo de cooperação e visão".
Produtos alimentícios
A reputação chinesa está machucada no mercado americano depois que a importação de
ração canina feita com trigo
tratado quimicamente provocou a morte de um número desconhecido de cães domésticos.
Dois ministros americanos, o
da Agricultura, Mike Johanns,
e o da Saúde e Serviços Humanos, Michael Leavitt, levantaram a questão em reunião preliminar com a delegação chinesa. O secretário (ministro) do
Comércio, Carlos Gutierrez,
disse que os chineses não ignoram o quanto a questão é delicada para os americanos.
Washington também acompanha as investigações de autoridades chinesas sobre a origem de pastas de dente contaminadas, exportadas para a República Dominicana, Panamá e
Austrália, sem fazer mortos.
Recentemente, um produto
de origem chinesa indevidamente etiquetado entrou na fabricação de um medicamento
contra a gripe, matando uma
centena de pessoas no Panamá.
Com agências internacionais
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