São Paulo, terça-feira, 23 de junho de 2009

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Em discurso a parlamentares, Sarkozy critica o uso da burca

Presidente da França diz que vestimenta é sinal de "subserviência" feminina

DA REDAÇÃO

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, fez ontem duros ataques contra a burca, véu que cobre inteiramente o corpo de mulheres islâmicas, em discurso dirigido ao Congresso. Essa foi a primeira vez em 136 anos que um presidente francês falou ao Legislativo.
Sarkozy qualificou o traje como um sinal de "subserviência". Na França, a vestimenta é usada por uma pequena parte das mulheres muçulmanas, adeptas de correntes mais conservadoras do islã.
"Em nosso país, nós não podemos aceitar que mulheres sejam prisioneiras atrás de uma tela, privadas de toda a vida social, desprovidas de toda a identidade", disse o líder francês, no palácio de Versailles.
"A burca não é um sinal religioso, é o sinal de subserviência, de rebaixamento", afirmou Sarkozy. "Ela não será bem-vinda no território da República Francesa", disse.
Na semana passada, cerca de 60 de congressistas pediram a criação de uma comissão para estudar a possível proibição do traje na França, onde há uma pequena, mas crescente, tendência de uso -apesar de uma lei de 2004 já ter proibido sua utilização em escolas públicas. Na época, a entrada em vigor da regra provocou fortes reações na comunidade muçulmana.
Na opinião do Conselho Francês para Questões Islâmicas, a posição do governo pode estigmatizar os muçulmanos franceses. Os críticos dizem que, em vez disso, o país deveria lutar contra a discriminação.
Até mesmo o governo está dividido. O ministro da Imigração, Eric Besson, afirmou que uma proibição completa da burca poderia "criar tensões".
Sarkozy afirmou que está prevista uma reforma ministerial e que a luta contra a discriminação "será a prioridade para o próximo governo". Ele disse, ainda, que "nosso modelo de integração não funciona mais".
A França é o país da Europa ocidental com o maior número de muçulmanos, estimado em 5 milhões de pessoas (ou cerca de 10% da população francesa).


Com agências internacionais


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