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Em discurso a parlamentares, Sarkozy critica o uso da burca
Presidente da França diz que vestimenta é sinal de "subserviência" feminina
DA REDAÇÃO
O presidente francês, Nicolas
Sarkozy, fez ontem duros ataques contra a burca, véu que cobre inteiramente o corpo de
mulheres islâmicas, em discurso dirigido ao Congresso. Essa
foi a primeira vez em 136 anos
que um presidente francês falou ao Legislativo.
Sarkozy qualificou o traje como um sinal de "subserviência". Na França, a vestimenta é
usada por uma pequena parte
das mulheres muçulmanas,
adeptas de correntes mais conservadoras do islã.
"Em nosso país, nós não podemos aceitar que mulheres sejam prisioneiras atrás de uma
tela, privadas de toda a vida social, desprovidas de toda a identidade", disse o líder francês, no
palácio de Versailles.
"A burca não é um sinal religioso, é o sinal de subserviência, de rebaixamento", afirmou
Sarkozy. "Ela não será bem-vinda no território da República Francesa", disse.
Na semana passada, cerca de
60 de congressistas pediram a
criação de uma comissão para
estudar a possível proibição do
traje na França, onde há uma
pequena, mas crescente, tendência de uso -apesar de uma
lei de 2004 já ter proibido sua
utilização em escolas públicas.
Na época, a entrada em vigor da
regra provocou fortes reações
na comunidade muçulmana.
Na opinião do Conselho
Francês para Questões Islâmicas, a posição do governo pode
estigmatizar os muçulmanos
franceses. Os críticos dizem
que, em vez disso, o país deveria
lutar contra a discriminação.
Até mesmo o governo está dividido. O ministro da Imigração, Eric Besson, afirmou que
uma proibição completa da
burca poderia "criar tensões".
Sarkozy afirmou que está
prevista uma reforma ministerial e que a luta contra a discriminação "será a prioridade para o próximo governo". Ele disse, ainda, que "nosso modelo de
integração não funciona mais".
A França é o país da Europa
ocidental com o maior número
de muçulmanos, estimado em 5
milhões de pessoas (ou cerca de
10% da população francesa).
Com agências internacionais
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